Os gregos apelidavam-no de néctar dos deuses, tantas eram as propriedades que lhe reconheciam, e consta que os atletas olímpicos tinham por hábito tomá-lo antes e depois das competições, para um aporte de energia extra. Por cá, as receitas tradicionais à base de mel com limão para curar as constipações e gripes também são conhecidas, mas os benefícios do mel vão além de boa fonte energética e mezinha para a constipação.
E tudo começa nas abelhas, que tiram o néctar das flores e o transformam através das enzimas presentes na sua saliva e estômago…
Um doce para a saúde
Apesar de ser composto por 82 por cento de açúcar e de ter um índice glicémico alto (104), o açúcar do mel é complexo, o que significa que é de absorção mais lenta do que o açúcar refinado, por exemplo.
Pode por isso usá-lo em substituição do açúcar para adoçar o chá ou outras bebidas – basta uma colher de chá. Junte canela para reforçar o sistema imunitário e use como substituto do doce no pão, tostas ou em bolachas. Lembre-se que o seu consumo deve ser ainda mais moderado em caso de diabetes ou obesidade.
O mel é também rico em vitaminas do complexo B, tiamina, riboflavina e ácido pantoténico, e tem pequenas quantidades de minerais, como potássio, fósforo, ferro, magnésio, sódio e zinco. Também contém um teor considerável de antioxidantes, sobretudo as variedades florais mais escuras.
Este alimento natural tem inúmeras propriedades conhecidas da tradição popular e reconhecidas pela comunidade científica, nomeadamente como antibacteriano, antissético, cicatrizante e fungicida, o que faz dele um bom aliado no tratamento de feridas e pequenas queimaduras.
Atenção aos antibióticos
A Deco tem vindo a seguir a presença de antibióticos no mel vendido em Portugal. Em 2003, na análise de 20 amostras detetou antibióticos em metade. Quatro anos depois, apesar de melhores resultados, algumas amostras continuavam com antibióticos. João Casaca, da Federação Portuguesa de Apicultores, garante que a situação melhorou: “Fizemos um rastreio e em 2008 já não havia resíduos no mel português.” Problema: muitas marcas têm na composição mel de várias proveniências e os rótulos atuais não obrigam à especificação do país de origem, bastando a menção ‘dentro ou fora da UE’. Melhores garantias oferece, por isso, o mel com ‘Origem Portugal’, só que este rótulo só é possível em produções inferiores a 500kg. Na prática, encontra-o em feiras ou quintas de produtores particulares. Vale a pena procurar.