Ser linda nem sempre jogou a favor de Halle Berry.
A atriz abriu-se com a revista ‘W’ sobre como o fator beleza dificultou que Hollywood a levasse a sério no início da carreira.
Berry, 50, explicou que quando se lançou como atriz estava relutante em interpretar a “rapariga linda”.
“Venho do mundo dos concursos de beleza e da moda, e logo de início quando as pessoas ouviam isso tiravam-me crédito como atriz”, afirmou. “Nessa altura aceitei papéis que não dependiam do meu físico de todo, e isso foi uma boa maneira de conseguir alguma credibilidade na indústria”.
Por exemplo, a estrela diz que se esforçou para convencer o realizador Spike Lee a deixá-la interpretar uma prostituta viciada em crack no filme ‘A Febre da Selva’.
“O Spike Lee queria que fizesse uma audição para o papel da esposa, que até correu bem, mas depois disse-lhe: ‘Sabes, na verdade estou de olho no papel de prostituta. Por favor, podes deixar-me fazer essa audição?’ e ele disse: ‘Não, não, não te vejo como a prostituta viciada em crack'”.
Depois de um exaustivo trabalho de persuasão, que envolveu fazer o casting sem maquilhagem, Lee reconsiderou e o resto é história. Halle considera que aquele papel e trabalhar com o prestigiado realizador norte-americano foram uma “forma fantástica” de começar a carreira.
Outro exemplo é a sua prestação em ‘Monster’s Ball – Depois do Ódio’, que lhe valeu um Óscar de Melhor Atriz. Outra ocasião em que teve de convencer o realizador, desta feita Lee Daniels, a dar-lhe o papel de de Leticia, uma mulher pobre, sofrida e verbalmente abusiva com o filho.
“Acho que é mais interessante quando se vê alguém com um determinado aspeto a passar por provações que nunca imaginámos”, argumentou na altura. “Isso mudou o curso da minha carreira de tantas formas”, acrescentou.