A batalhar contra o Parkinson há mais de 20 anos, Michael J.Fox disse, numa entrevista à revista AARP The Magazine que, muitas vezes, não consegue parar de rir dele próprio, principalmente quando tenta dar uma chávena de café à sua mulher, a atriz Tracy Pollan, de 56 anos.
“Numa manhã fui até à cozinha e enchi uma chávena. Foi complicado. Peguei na chávena com as duas mãos. Ela estava a olhar para mim e perguntou: ‘queres que te leve isso, querido’? ‘Não, eu consigo’. Comecei a caminhar pela cozinha, mas claro que correu mal. Derramei o café quente pelas minhas mãos e pelo chão”, contou.
Mas o que torna tudo isto alvo de humor para o ator é quando pensa que alguém podia estar a vê-lo e pensar:
“Pobre Michael, nem sequer consegue pegar num café, é muito triste!”.
Além disso, Fox percebeu que, depois de assumir que tinha Parkinson, em 1998 (apesar de lhe ter sido diagnosticado em 1991), teve de lidar com os olhares das pessoas e com o medo que via refletido nelas, o que foi fácil para ele.
“‘ ‘Eu garanto-vos que estou bem’ – porque estava, realmente”, relembrou.
Depois de anos e anos a lutar contra a doença, o ator diz que os sintomas são visíveis e um pouco perturbadores, mas que nenhum deles lhe causa sofrimento.
“A única dor que tenho é nos pés, quando me dão cãimbras enquanto durmo”, disse.
Michael J.Fox falou ainda do pugilista Muhammad Ali, que morreu em 2016 de Parkinson e que, uma vez, lhe telefonou.
“Ele disse-me, com a sua voz rouca e fininha: ‘Ah Michael, agora que também a tens, vamos vencer esta batalha'”, relembrou, emocionado.