Dois milhões de visitantes é o número totalizado pela exposição “Tartarugas Marinhas. A viagem” em exibição no Edifício do Mar desde o dia 7 de Abril de 2011. Uma exposição que tem como objectivo sensibilizar o público para a preservação e conservação de uma das espécies de répteis mais antigas – as tartarugas marinhas – e que chega ao fim, no domingo, dia 28 de Setembro.
A exposição é um dos maiores sucessos do Oceanário de Lisboa, desafiando os visitantes a mergulhar na fantástica viagem das tartarugas marinhas e a descobrir alguns dos maiores perigos e desafios pelos quais estes seres passam.
Os guias principais serão o Quico e a Crioula. Duas tartarugas da espécie “Caretta Caretta”, conhecida pelas suas longas migrações transoceânicas, e que agora habitam temporariamente no aquário do Edifício do Mar. Este espaço reproduz o habitat marinho do Atlântico Norte, em forma de um anel oval com uma área de 132 m2 e composto por quatro pequenos aquários, que pretendem dar a conhecer aos visitantes os ecossistemas necessários à sobrevivência das tartarugas: os recifes de coral, as pradarias marinhas, o mar dos sargaços e as medusas.
Perigos e curiosidades da misteriosa viagem das tartarugas pelos oceanos
À semelhança do Quico e da Crioula, outras tartarugas da mesma espécie já passaram pelas pelas águas do Edifício do Mar, mas já foram devolvidas ao oceano. Uma meta conquistada por estas majestosas criaturas e um orgulho para a toda a equipa do Oceanário de Lisboa, ou não fosse também a reabilitação das tartarugas e o regresso ao seu habitat natural, uma das missões da iniciativa.
Mais do que uma exposição, “Tartarugas Marinhas. A viagem” é um abrigo para estes animais que chegam ao centro de reabilitação do oceanário em estado debilitado, após terem sido resgatadas pela Estação Litoral da Aguda, em Vila Nova de Gaia, pelo Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios e pelo L’Oceanagràfic de Valência. Três instituições que trabalham em parceria com o Oceanário de Lisboa para que seja possível dar a estes animais os cuidados necessários até à sua devolução ao mar.
As tartarugas marinhas existem há mais de 100 milhões de anos, desde o tempo dos dinossauros. No entanto, neste momento, seis das sete espécies existentes encontram-se em perigo de vida. Um problema do qual o homem é um dos principais culpados, devido à prática da pesca acessória (para corresponder à procura de produtos como a carapaça, que depois origina artigos como armações de óculos) e do comércio ilegal, bem como pela contribuição na poluição dos mares e praias e no desenvolvimento costeiro.
Ameaças às quais as tartarugas têm de sobreviver, durante a sua travessia do oceano, e para as quais a exposição tentar sensibilizar o público, inclusive através da disponibilização de alguns jogos, ao longo do percurso. O percurso permite ao observador acompanhar o Quico e a Crioula a partir de diferentes perspectivas e ângulos de visão, com passagens por cima do aquário ou compartimentos debaixo de água, e criar afinidades com estes fascinantes animais marinhos.
No Oceanário de Lisboa, as tartarugas marinhas, que outrora navegaram em grandes números pelos oceanos, são diariamente alimentadas à base de lulas, pequenos peixes e alguns legumes. A sua dieta alimentar é rigorosamente controlada por uma equipa de biólogos preocupada com a sua sobrevivência, pois, segundo estudos realizados, as tartarugas vivem mais de 80 anos. Um dos aspectos mais fascinantes do comportamento destes animais é o facto de conseguirem nadar a uma velocidade média de 25km/h, ao qual se associa a sua capacidade para percorrerem grandes distâncias.
Curiosidades que comprovam a importância da conservação das tartarugas marinhas. Esse é o desejo da organização da exposição “Tartarugas Marinhas. A viagem”, que está aberta ao público, todos os dias, das 10h às 19h, e que encerrará já no próximo domingo, dia 28 de Setembro.