Fixe este dia: 11 de Dezembro. Segundo um estudo sobre actualizações de estado no Facebook, é o dia em que mais relacionamentos chegam ao fim.

Os autores do ‘levantamento’ não explicam as razões, mas não é difícil de entender: uma pessoa já não se sente bem com aquela pessoa e pensa ‘espera lá, hoje já é dia 11, daqui a nada é natal e eu não quero nem passar o natal em sofrimento nem estragar o natal para todo o sempre a outra pessoa’, entram em pânico e pronto. 11 de Dezembro é a data do ‘agora ou nunca’. Mas temos boas notícias: se sobreviver ao dia fatídico, só volta a ter de se preocupar nas férias da Páscoa, a segunda data com mais quebras de compromissos amorosos. Também ninguém acaba uma relação no próprio dia de Natal: presume-se que se está demasiado ocupado para isso, ou então que se pense ‘deixo passar as festas e depois resolvo isto’.

Porque é que as férias são tão propícias a rupturas quando deviam ser aquela altura em que estamos mais sossegados e com mais tempo para escapadinhas românticas? Porque, segundo dizem os psicólogos e qualquer não-psicólogo confirma, as férias costumam ser tudo menos isso. As de natal são mesmo uma catadupa de nervos que podem stressar mesmo a relação mais calma. Boas notícias: todos os anos há quem sobreviva ao dia 11 do 12. Más notícias: mesmo que sobreviva – lá está – depois vem a Páscoa e pode recomeçar a tremer (agora ia aqui bem um smile). Vamos portanto explicar como é a sua relação pode continuar sobre rodas mesmo quando o mundo (ou enfim, a Serra da Estrela) se enche de trenós.

O stresse das crianças

Ponto 1: as ditas situações de stresse natalício também já não são o que eram dantes porque as pessoas têm vidas tão complicadas que o Natal não pode mesmo ser como no tempo dos nossos avós. Apesar de tudo ainda há problemas. O maior de todos (do nosso ponto de vista, claro) é que sobra sempre para a mulher: ela é que tem de decidir o que é que se come, onde é que se come, o que é que se compra, tudo. “Para algumas mulheres, o Natal é uma espécie de prova de mérito”, lembra o psicólogo Tiago Lopes Lino. “Claro que estamos no século XXI, e as mulheres fartam-se de trabalhar fora de casa e simplesmente ninguém lhes pode exigir que sejam fadas do lar, nem elas próprias se podem impor isso”.

Tentar competir com a mãe ou a sogra, que têm outra vida, acaba sempre por dar briga entre o casal. “Uma sugestão é, em vez de competirem, aproveitem-nas. A mãe ou a sogra fazem filhoses fantásticas? Então que as tragam ou as façam. Afinal, o natal é partilha.”

Segundo foco de stresse entre o casal: as crianças. As dos dois, e as só de um. “No natal, há muitos pais (e mães) que se queixam de que as crianças não ajudam nada, porque evidentemente em épocas de stresse dá-se mais por isso”, explica Tiago Lopes Lino. “Mas é uma festa de família: envolvam-nos em vez de estarem os adultos a trabalhar sozinhos.” O que fazer: aproveitar o resto do ano para começar a ‘treiná-los’, para depois não chegarem ao natal e terem de se chatear porque eles não se mexem.

Quanto ao que se dá ou não se dá, mais uma vez os pais têm de definir, lá atrás, o que são os seus valores: “O que ajuda: pensem que todas as crianças e jovens pedem, nós também pedíamos, e não é por isso que têm de ter o que querem. E repare que nunca são instruídos para dar de volta, nem que seja um desenho feito por eles. Eles só recebem.”

Portanto, conselho aos pais: evitem brigas por dinheiro. Não se endividem para dar uma playstation à criança. Eles não vão morrer se não tiverem uma.

Mas o assunto que mais brigas dá entre o casal – atual ou ex – é a ‘distribuição’ dos filhos de outros casamentos pelos pais. “Às vezes é terrível” nota Tiago, “E as crianças começam a ver o natal não como uma altura mágica mas como uma época de brigas. Eu sou apologista de que a véspera e a consoada sejam passados num ano com uma família e no outro com a outra. Se se andar a partir o dia de natal com um e a véspera com outro é uma canseira para todos, além de que muitas vezes se arranca a criança a um ambiente de festa onde ela, naquela altura, quereria continuar. Depois há aquelas cenas de ‘Não levas estes presentes, o teu pai que te dê presentes lá na casa dele’.” Não: passem as festas todas com um, e para o ano troquem.

O stresse com o sogro e o primo Zé

“Mas vais fazer caril? Já sabes que o meu pai não gosta de caril. A minha mãe não come azevias. O primo Zé é celíaco. As crianças odeiam bacalhau e brócolos”: grrrrr! Querida família! É natal, sim, mas está em sua casa e não tem de se matar: pode sempre sugerir que os outros tragam alguma comida para ‘partilhar’. E dentro do casal, percebam o outro. “Há sempre fricções de família, o genro que não se dá com o sogro, ou com a sogra, ou com o primo”, lembra Tiago Lopes Lino. Conselho: não exija demais. “Às vezes temos de estar ali o dia todo a fazer boa cara com pessoas de quem não gostamos nada. Tenham dó. Cada um deve ter direito a dez minutos para ir lá fora respirar e esquecer a família do outro, para ir passear o cão ou dar uma volta.”

Outra ideia que pode ajudar é festejar um ‘natal a dois’ antes do Natal a muitos: “Claro que já organizar um natal é complicado, quanto mais dois, mas também não tem de ser nada de complicado: porque não festejar um natal romântico? Não é um natal de família, não é um jantar como pais, ou filhos ou irmãos. É um jantar de casal. E isto até pode tornar depois o ‘outro’ natal mais fácil de suportar.”

Outra maneira de tornar o natal mais fácil de suportar a dois é… estendê-lo a outros: se tem uma família muito pequena e não gosta de o passar em casal, ou só com os pais, que tal festejar com amigos? “Nós nas cidades fechamo-nos muito nas nossas pequenas famílias, temos casas pequenas, e perdemos o espírito de comunidade”, nota Tiago Lopes Lino. “Mas se der, se porque não festejarmos com amigos e a família deles? Porque é que nos fechamos tanto neste lugar-comum do natal ser a festa da família, quando a família pode ser a que nós escolhermos?”.

E quando se enervar, lembre-se: é normal que esteja stressada. É uma altura fora da rotina, é claro que todos se vão enervar mais. Faz parte. E depois, sentimos sempre que os natais dos outros são mais giros, mais felizes, têm mais gente, tipo anúncio de azeite. Também é normal: respire fundo, compre as filhoses que ninguém morre por isso, peça ajuda, festeje a dois, não pense no 11/12 e não se arruíne. Feliz natal!

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