Os produtos naturais são sinónimo de segurança

Nem sempre! “Temos medo dos ‘químicos’, mas tudo é químico”, nota Leonor Abrantes. O problema é que desconfiamos do que nos é estranho. Exemplo: monóxido de di-hidrogénio. Soa assustador? Provavelmente não o tomaria. Mas é água. “Criou-se a ideia de que tudo o que é químico é nocivo, mas é impossível avaliar a segurança de um produto apenas pelo facto de ser natural ou sintetizado”. “As maiores toxinas do planeta são naturais: as bactérias que causam botulismo, a cicuta que matou Sócrates…” Gostamos de ‘alternativas’. Porquê? “Porque o que é apresentado como ‘natural’ parece-nos mais simples e mais próximo de nós. E, por outro lado, a medicina e a indústria farmacêutica têm muitas culpas no cartório e são alvo da desconfiança nas pessoas”, explica Leonor Abrantes. Quanto aos ‘químicos’ sintetizados pelo Homem, há uma entidade reguladora que permite a sua utilização em doses seguras. Aqui, como em tudo, o que faz o veneno é a dose: “Apenas quando os valores ultrapassam esses limites é que pode haver risco de toxicidade.”

Os sumos detox desintoxicam o organismo

Não, não desintoxicam. “Os sumos são fontes de vitaminas, mas ‘desintoxicam’ de que toxinas? Nunca nos dizem isso”, nota Leonor. “Se tivermos fígado e rins em bom estado, eles não precisam de ajuda para desintoxicar nada. Pode sentir-se melhor porque o sumo tem vitaminas, mas não porque a ‘desintoxica’.”

A medicina alternativa é melhor que a ‘científica’

Segundo os cépticos, não há medicinas ‘alternativas’, há medicina. “A medicina por definição é a que foi testada e está constantemente a ser testada”, explica Leonor. “Obviamente a ciência já errou: mas isso é uma força. Só sabemos que já errou porque tudo está sempre a ser revisto. O facto de existirem problemas com a medicina convencional não significa que as alternativas sejam melhores. Mas pelo menos há forma de rever aquilo que foi feito. A medicina dita alternativa mantém-se inalterada e nunca há uma avaliação daquilo que pode ser nocivo e benéfico.” Mas a medicina dita alternativa não é uma sabedoria milenar? “Mas isso não é garantia nenhuma de segurança nem de eficácia. Por exemplo, a osteopatia ou a fitoterapia (a utilização de plantas medicinais) podem ajudar a resolver certos tipos de dor. Mas a homeopatia na maioria das vezes é um placebo, porque as substâncias activas são diluídas até à não-existência.” É natural que uma pessoa doente queira ter algum controlo sobre a sua doença. Mas temos de ter noção do que é aquilo que tentamos. Terá realmente algum efeito? “Muitas vezes, alguns tipos de ‘medicina’ não são realmente efetivos. Muitas até promovem estilos de vida saudáveis, o problema é quando o seu uso exclusivo atrasa ou impede o diagnóstico de doenças graves.”

Há uma cura para o cancro, andam é a escondê-la

Toda a gente adora teorias da conspiração. Seja que assunto for, achamos sempre que há uns ‘eles’ algures que nos andam a enganar: “Achamos que tudo é a versão oficial e há sempre outra ‘história’ por trás”, nota Leonor. “Pessoal-
mente, acho que a culpa foi dos ‘Ficheiros Secretos’ (risos). Criou em nós aquela ideia de que a ‘verdade’ está escondida e nós podemos descobri-la. O problema é que, para haver essa tal teoria da conspiração, seria necessário expandi-la a toda a gente no planeta, teria de haver milhares de pes-
soas de conluio, a contribuir para a manutenção dessa conspiração. Por exemplo, no caso da cura para o cancro: a conspiração teria de se estender às universidades, a todas as pessoas ligadas à medicina, às próprias famílias dos doentes, até ao ponto em que não houvesse quase ninguém que não estivesse envolvido.” Então mas não existem ‘verdadeiras’ conspiações? “Claro que existem! Como distinguir uma verdadeira conspiração de uma conspiração inventada? É que quando são descobertas as provas, são evidentes, imediatamente aceites e divulgadas. O problema é que, geralmente, quem acredita em teorias da conspiração acaba por comprar todas elas…”

As vacinas causam autismo

A ‘teoria’ causou muitos estragos, e continua a causar, precisamente por informações deturpadas. “As teorias antivacinação nasceram de um apelo ao medo e devem-se, quanto a mim… às vacinas”, defende Leonor. “Porquê? Paradoxalmente, sendo as vacinas tão boas, as pessoas já não fazem ideia do que era morrer-se dessas doenças. E então pensam ‘por que razão é que precisamos de ‘químicos’? E esquecem-se que, ainda há bem pouco tempo, sem esses químicos até os príncipes morriam de varíola.” Claro que não existe risco zero em nada, mas queremos mesmo voltar a morrer de sarampo?

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