Mesmo que veja Rachel e Ross a apaixonarem-se mil vezes em Friends ou saiba todos os episódios de O Sexo e a Cidade de cor e salteado, incluindo o genérico, rever os seus programas favoritos nunca passa de moda.
E agora, graças ao ressurgimento de um estudo de 2012, a ciência dá ainda mais motivos aos telespetadores para explorarem estes momentos nostálgicos. Neste trabalho, publicado na revista científica Journal of Consumer Research, os investigadores examinaram como o reconsumo de experiências, incluindo reler livros, assistir a repetições de séries ou ouvir a sua música favorita para encarar o fim de uma relação, afetam o cérebro. A conclusão? Repetir experiências não só é reconfortante, como também dá um impulso de felicidade.
“Descobrimos que os consumidores que escolhiam repetir experiências hedónicas, mesmo que fosse só uma vez, expressavam e afirmavam a sua experiência pessoal e os significados especiais que esta tinha para eles,” concluíram os autores do estudo, Cristel Antonia Russell e Sidney J. Levy.
Russell e Levy não estão sozinhos neste tipo de investigação. Em 2015, um estudo levado a cabo pela psicóloga Jaye Derrick, publicado na revista Social Psychological and Personality Science, concluiu que as pessoas que procuram “mundos ficcionais familiares” tornam-se rejuvenescidas.
Derrick e a sua equipa de investigadores conduziram várias experiências, em que metade dos participantes teve de completar uma tarefa estruturada que exigia mais energia mental e força de vontade. A outra metade, por sua vez, fez tarefas mais fáceis. Os participantes no do primeiro grupo procuraram repetições para assistir, em vez de novos programas ou filmes, e voltaram à tarefa árdua com mais energia, melhor humor e foco.
“O uso dos media pode ter benefícios psicológicos inesperados,” escreveu Derrick. “A televisão, os filmes e os livros podem ser mais que atividades de lazer; em certos casos, preenchem necessidades, como restaurar o autocontrolo.”
Traduzido em miúdos: as nossas adoradas séries podem melhorar a nossa clareza e saúde mental.