Numa entrevista dada à edição norte-americana da revista Vogue, Cara revelou mais sobre os seus conturbados anos de adolescência, a vida familiar problemática e a instabilidade emocional. A modelo e atriz conta que costumava auto-agredir-se, que foi medicada com antipsicóticos e, no ponto mais crítico, chegou mesmo a ter pensamentos suicidas.
Cara responsabiliza ainda a dependência de heroína da mãe, a socialite britânica Pandora Delevingne, por ter crescido demasiado depressa.
“Isto é algo sobre o qual nunca me abri muito mas é uma parte muito importante daquilo que sou hoje. De repente era atingida por uma onda gigante de depressão, ansiedade e pensamentos de ódio para comigo. Eram sentimentos tão dolorosos que chegava a bater com a cabeça numa árvore para tentar ficar inconsciente. Nunca me cortei mas arranhava-me a mim própria até sangrar. Só queria desmaterializar-me ou que viesse alguém e me levasse para longe.”
Depois de uma temporada a trabalhar como modelo em Nova Iorque, a depressão também a levou a ter pensamentos suicidas. “Estava a arrumar as malas e, de repente, e só me apeteceu acabar com tudo de uma vez. Tinha o meio de o fazer mesmo à minha frente. Tive que decidir se gostava tanto de mim própria como da ideia de morte.” Nesse momento, recorda, começou a tocar no computador a música usada no funeral de um amigo que morrera de overdose recentemente . “Senti-o como um sinal dele e fiquei muito furiosa comigo.”
Delevingne também revelou que se sentiu confusa e receosa quando começou a tomar consciência da sua orientação sexual. A atual namorada, a cantora e compositora norte-americana Annie Clark, de 32 anos e mais conhecida pelo nome artístico Saint Vincent, trouxe-lhe a estabilidade emocional de que necessitava, acrescenta. “Estar estar apaixonada por ela é uma parte muito importante da razão pela qual hoje estou tão feliz com quem sou.”