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Poike

Toda a gente sabe, adulto ou criança: quando uma coisa é obrigatória, perde logo a graça. Problema: há coisas que temos mesmo de fazer – lavar os dentes, tomar banho, lavar as mãos, arrumar os brinquedos, estudar, ajudar em casa… É aqui que aparecem as zangas familiares. Solução: ralhar, pedir 100 vezes, ou desistir de se chatear e deixá-los sem regras. Não há milagres? Pois há: aqui lhe apresentamos mil soluções divertidas para problemas do dia a dia.

Regras com música
MIKAELA ÖVÉN

Formadora de mindfulness e autora dos livros ‘Educar com mindfulness’ e ‘Heartfulness’.

Uma coisa que muitos pais me dizem é que estão fartos de relembrar as crianças sobre o que é necessário fazer todos os dias e que isso os esgota. Por exemplo, fartam-se de dizer às crianças o que têm de fazer de manhã ou antes de ir para a cama ou outras rotinas do dia a dia. Uma forma engraçada e muito eficaz de ensinar à criança uma certa sequência/rotina é inventar uma canção que descreve a sequência pretendida. Junto com a criança escolhe uma música de que ela goste e cria uma letra nova. Treinem a música com a rotina. E sempre que for hora de fazer essa tarefa, em vez de começar a dar instruções (ou ordens) comece a cantar a música.

Aprender francês… dentro do carro
PATRÍCIA POPPE

Psicóloga escolar e psicoterapeuta analítica.

Como mãe de 4 filhos, tive que recorrer muitas vezes a formas criativas para incentivar os meus filhos a executar tarefas menos apelativas. Uma boa estratégia é envolver as crianças nas tarefas ou atividades diárias que têm de ser feitas em casa, deixando-as fazer aquilo que já sabem fazer, e quanto mais cedo melhor, porque as crianças pequenas gostam de ajudar e participar. Dessa forma, não só as tarefas dos adultos acabam por ser executadas como também se passou tempo com os filhos.
Por exemplo: Transformar as tarefas numa corrida: quem veste primeiro o pijama ou calça primeiro os sapatos?
Outro exemplo: o meu filho mais novo tinha de se preparar para um teste de Francês e precisava de estudar gramática. Estávamos numa viagem de regresso a Lisboa e já não íamos chegar cedo. Então aproveitámos essa situação para todos formarmos frases divertidas em francês, segundo as regras a estudar. Os irmãos mais velhos também participaram à vez e como já estavam pouco habituados à língua, houve expressões hilariantes em que todos rimos muito. Assim, a viagem passou num instante e a gramática ficou treinada, mas o melhor de tudo foi termos estado juntos e passado 90 minutos muito divertidos.


Fazer a cama… a feijões
TIAGO LOPES LINO

Psicólogo clínico e psicoterapeuta infantil.

Muitos pais, quando eu lhes perguntava o que queriam que os filhos fizessem, diziam: ‘obedecer-me sempre’. Ora isto não funciona, o quotidiano tem de estar definido em tarefas. Por isso criei uma forma de reforço positivo: pagar tarefas a feijões. Contactei uma editora e criámos um jogo em concreto em forma de tabela, onde se registam os feijões e as tarefas.
Funciona assim: As tarefas são sempre negociadas com as crianças, em função daquilo que podem fazer. E são atribuídos feijões de cada vez que fazem, imagine, a cama. Também há feijões-bónus, por tarefas que não estão na lista. Ao fim de uma semana, há uma recompensa. E quando se atingem os 200 feijões – que é fácil – aconselho os pais a evitarem coisas materiais mas recompensarem com atividades: um passeio, mais tempo no tablet, um filme. No fim do mês, há uma recompensa, e aí os pais já podem dar o que quiserem.
A paga tem mais a ver com a dificuldade que a criança tem em cumprir a tarefa do que a tarefa em si. O jogo está pensado dos 4 aos 10 anos. Mas claro que em idades mais pequenas as recompensas têm de ser por micro-tarefas: conseguir atar os atacadores ou vestir o casaco sozinho, por exemplo. Claro que uma criança com 10 anos já não ganha feijões por se vestir sozinha.
Isto é mais uma estratégia para ajudar os pais a serem coerentes, a saber o que pedem aos filhos e recompensá-los. Para as crianças é bom, porque se tornam mais autónomas, e os pais também se habituam a tornar as crianças mais autónomas.
Por exemplo, se o Manel só vai pôr o lixo lá fora à 10.ª vez que a mãe pede, em vez de 5 feijões ganha 1, por exemplo. Aconselho os pais a darem sempre qualquer coisa, para não desmotivar as crianças. O problema é quando as crianças se entusiasmam imenso e os pais esquecem-se de lhes pagar… (risos) Afinal, nós também não gostávamos que se esquecessem do nosso ordenado.
– O jogo ‘Regras a Feijões’ está disponível na net, em www.ideiascomhistoria.pt


Comida e banho com imaginação
RITA CASTANHEIRA ALVES

Psicóloga educacional e autora dos livros ‘Adolescência: os anos da mudança’ e ‘A psicóloga dos miúdos’.

Há muitas ideias que podemos usar: se eles não querem jantar, por exemplo, ajude-os a encontrar razões para comer o que têm no prato: uma festa de alimentos na barriga, têm de ir todos, a família das massas que quer ir viver toda para a barriga… Dê nomes divertidos e originais aos pratos, pegando nos ídolos do seu filho (salada Cristiano Ronaldo?)
Para dormir, se ele está preocupado, faça um exercício: peça-lhe para imaginar que põe todas as preocupações dentro de um comboio, que depois vai para muito longe e leva todas as preocupações.
Na casa de banho, para os mais renitentes com a limpeza: no caso de ‘preguiça’ para lavar os dentes, arranje uma ampulheta para que cumpra o tempo de lavagem. Elogie-o por isso. No banho, compre-lhe um kit com produtos divertidos e só dele. Depois faça um jogo perguntando-lhe o que deve lavar primeiro e ajudando, deixando que seja ele a adivinhar qual a ordem das partes do corpo que costuma seguir. Cada vez que acerta, elogie. Quando não acerta, não corrija, diga apenas que já lá irão a essa zona, mas agora terá de ser outra.
Pode fazer este exercício até que o seu filho esteja totalmente vestido, dependendo da idade e do que já é capaz de fazer.

Estudar a jogar às cartas
Tânia Rangel

Psicopedagoga do SEI e especialista em dificuldades de aprendizagem.

Em primeiro lugar, não parta do princípio de que qualquer tarefa vai ser aborrecida, mas também não tente disfarçar e dizer que é uma coisa muito gira se não é. Quando ajudar o seu filho, tente ser o menos teórica possível. Procure antes ser dinâmico e fazer com que a própria criança chegue às conclusões. Por exemplo: não diga que todas as palavras que têm sílaba tónica na última são agudas. Dê antes vários exemplos, de forma a que seja o seu filho a descobrir essa regra. Para ajudar a aprender, pode usar jogos já existentes ou adaptá-los: pode construir ou usar jogos de cartas com conceitos. Por exemplo: cartas onde de um lado está escrito, por exemplo, FOTOSSÍNTESE, e no verso a definição dessa palavra. Pode usar esta técnica para várias disciplinas ou conceitos. Outra ideia é recorrer às novas tecnologias para verificar conhecimentos.
Aproveite situações do dia a dia: por exemplo, ir ao supermercado e ter que fazer as contas, ou aprender litros e gramas através de uma receita de cozinha. Também é divertido adaptar regras e formatos de jogos tradicionais à escola: use o jogo do stop com matérias escolares, por exemplo. E brinque o mais que puder com eles.

E se eu não tiver paciência para motivar ou brincar?
Não desespere: muitos pais se queixam do mesmo. Afinal, chegamos exaustos a casa, entre TPCs e jantar quem é que ainda tem alento para ‘motivar’ outro ser humano ou para brincar com ele? “Brincar funciona. Mas brincar custa”, admite a psicoterapeuta americana Kathy Gordon, no site www.handinhandparenting.org. Algumas ideias: brinque àquilo que a diverte a si – o entusiasmo é contagioso. Comece com pouquinho tempo: se está cansada, brinque pouco. Arranje tempo para si. Para se divertir como uma adulta. Roube ideias de outras mães, de livros, de sites. Não queira ser demasiado intelectual ou educativa, brinque a qualquer coisa, mesmo que ache que não ensina nada. Faça palhaçadas: não tenha medo de parecer ridícula. Ria-se com eles: brincar é para isso mesmo. E no dia
em que não lhe apetecer mesmo brincar, não brinque. Eles
que se entretenham sozinhos, que é imensamente educativo.

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