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O Facebook é uma ferramenta poderosa para nos ligar ao mundo. Se já reencontrou um velho amigo da escola, desaparecido do radar há anos, se o seu negócio passou, de repente, a ter mais clientes, se pode contar com ele para manter o contacto com familiares e amigos que moram no estrangeiro (ou a dois passos de casa), sabe do que falamos.

 

Mas, como não há rosa sem espinho, o Facebook tem também, tal como outras redes sociais, as suas desvantagens. A constante necessidade de estarmos ligados, de nos sentirmos a perder algo se não estivermos online, a dependência de ‘likes’ de que algumas pessoas parecem sofrer para medir a sua popularidade, as horas roubadas a atividades mais produtivas, são apenas algumas delas. No entanto, há quem consiga equilibrar as coisas. Eis 8 ideias-chave das pessoas com uma relação saudável com o Facebook:

 

1 – Conseguem dominar a tendência para coscuvilhar as vidas dos outros. O Facebook desperta o mirone que há em todos nós, aquele tipo que adora saber da vida dos outros, ver as fotos da colega de trabalho na festa de sábado à noite, o que anda a fazer o ex-namorado e quem é a sua nova conquista, seguir um ídolo, uma paixão ou um ódio de estimação. Se seguissemos alguém, no mundo real, da mesma forma como muitas vezes o fazemos sob o anonimato da Internet, punham-nos uma ordem de tribunal em cima para não nos chegarmos perto deles num raio de 300 metros.

O ano passado, um estudo alemão avaliou 584 pessoas que usavam o Facebook apenas para procurar e ler as atualizações de estado dos outros, e não para comunicar. Percebeu que estavam em maior risco de sofrer psicologicamente do quem comunica ativamente através dele. Se vamos para lá passivamente, apenas para ver o que o resto do mundo anda a fazer, é melhor nem abrimos a conta.

 

2 – Não têm medo de estar a perder alguma coisa online. Os estudiosos da comunicação online chamam-lhe FOMO (“fear of missing out”, ou o medo de ser excluído, de estar a perder alguma coisa importante). Quem já se sentiu ansioso porque foi passar o fim de semana a casa dos pais, onde não há Internet; quem já pensou ‘é sábado e os meus amigos devem estar todos numa festa qualquer, a divertirem-se, enquanto eu estou para aqui sozinha’, sabe do que se fala aqui. Os especialistas de saúde mental sugerem que, se este é o caso, se faça um exercício de análise sobre como estamos a aproveitar realmente o nosso tempo livre. E se a ansiedade de não estar online é assim tanta, sempre que não pode ler as suas notificações ou atualizar o estado da sua conta, então é melhor fazer um desmame de Internet. Mas se não sente que tenha que lá ir todos os dias atualizar o estado e publicar uma nova foto, ou uma necessidade imperativa de saber quantos likes fizeram na sua última publicação, então está no bom caminho. 

 

3- Comunicam através de outros meios. As pessoas com uma relação saudável com o Facebook não fazem dele a sua principal ferramenta de comunicação. Em vez de fazerem um like na foto da amiga com os filhos, ligam-lhe a perguntar como está a família ou mandam um email, formas mais pessoais de comunicar à distância – e tão ou mais fáceis de usar. É claro que é mais fácil fazer um like ou pensar numa frase simpática para um comentário do que dizermos o mesmo a alguém, espontaneamente. Mas isso não corresponde aos 100% que perfazem a nossa comunicação com os outros e que também é feita de sons, de gestos, de expressões faciais, de carinho.

 

4 – Têm noção de que estão há demasiadas horas no Facebook. “É para amanhã, deixa lá não faças hoje”, cantava António Variações já há 30 anos. E os Gato Fedorento falavam no Procrastinador Implacável, uma entidade que parece forçar-nos a deixar tudo para depois, para nos dedicarmos a coisas mais fáceis ou que nos dão mais prazer. Se começa a sentir que passa demasiadas horas por dia no Facebook ou online, e que isso lhe está a roubar tempo para outras atividades, há aplicações curiosas e úteis que lhe podem dar uma noção mais precisa, como o Time Tracker, que encontra no Google Chrome. A revista Time também desenvolveu uma aplicação que diz exactamente quantas horas e dias passámos no Facebook desde que criámos conta – e os resultados podem surpeeendê-la… ou até assustá-la.

 

5 – Não sentem que têm de estar em contacto com todos os seus amigos. A maior parte de nós não fala com os 200 ou 500 amigos que tem no Facebook. Se calhar, nem com uma terça parte. Alguns estudiosos das relações humanas dizem que o cérebro humano só está preparado para manter relações de proximidade com cerca de 150 pessoas. Era por isso que viviamos em tribos e aldeias pequenas; é por isso também que, apesar de vivermos hoje em cidades, não temos muito mais amigos e conhecidos do que isso, em média. Mais ou menos o mesmo número – 148 – é válido para relacionamentos de proximidade online, diz o antropólogo e psicólogo Robin Dunbar. Um estudo da Universidade de Oxford diz, ainda, que quando fazemos um novo amigo online, tendemos a diminuir a comunicação com um amigo mais antigo, uma forma de não ficarmos sobrecarregados de informação. Por isso, menos pode realmente ser mais, no que toca a relações na Internet.

 

6 – Usam as definições de conta para manterem a sua privacidade. Quando foi a última vez que deu uma olhadela às definições de privacidade da sua conta de Facebook? Podemos ter a noção de que temos o controlo sobre quem vê as nossas publicações, quando, na verdade, elas podem estar visíveis para os amigos dos amigos ou para o público em geral. Nas definições de conta pode estabelecer que só os seus amigos podem ver as suas fotografias, dados pessoais ou atualizações de estado, ou até escolher, de entre eles, um lote de pessoas selecionadas que tenham acesso a determinado tipo de conteúdos. Manter a privacidade online é essencial e, muitas vezes, temos uma noção errada de estarmos protegidos no Facebook. Por isso, também é preciso ter cuidado com o que publicamos.

 

7 – Têm a noção de que o Facebook não representa necessariamente a vida real. Ou aquilo que os outros são e sentem realmente. Nunca teve a impressão de que a grande maioria dos seus amigos online parecem viver vidas muito mais felizes e interessantes do que a sua? As fotos de férias são quase sempre maravilhosas, as festas parecem divertidíssimas, os pensamentos são do mais positivo possível, as famílias são sempre felizes e os sorrisos imaculados. A verdade é que as redes sociais permitem-nos editar a nossa realidade e aquilo que somos, mostrar o nosso lado melhor. Ninguém quer mostrar os seus defeitos, os dias negros, a solidão e os problemas aos seus 300 amigos – e quem o faz frequentemente provavelmente terá uma relação mais patológica ainda com a rede social. Sempre que der consigo a comparar a sua vida com a dos amigos, depois de olhar para o seu feed de notícias, e a achar que a deles parece bem mais animada, lembre-se que também eles têm lados negros e que aquela é a versão ‘Photoshop’ da realidade – as gordurinhas e borbulhas da vida desaparecem quase todas, no Facebook.

 

8 – Percebem que uma relação saudável com o Facebook às vezes significa afastarem-se dele. Muitas pessoas que já encerraram as suas contas, definitivamente ou por um período de tempo, apresentam razões variadas para isso: descobriram que não querem saber assim tanto sobre a vida dos outros, que não estão dispostos a partilhar muita coisa sobre a sua vida com gente que nem sequer conhecem, que o tipo de relações que ali tinham estava a fazer-lhes mais mal do que bem, ou que a rede social estava roubar-lhes demasiado tempo. Outros optam por fazer semanas ou meses de intervalo na sua atividade de Facebook quando se sentem mais dependentes, e isso é uma atitude positiva. Permite avaliar quem são as pessoas que lhe fazem realmente falta, que podem trazer algo de positivo e criativo à sua vida, ou o tipo de uso eficaz quer dar à sua conta daí para frente. Ou, simplesmente, permite perceber que a vida acontece offline e que está um lindo dia para ser feliz ao sol.

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