
Um dos maiores pontos de discórdia entre casais envolve a infindável discussão sobre o tampo da sanita, mais especificamente se deve ficar para cima ou para baixo. Ora bem, existe um argumento forte que joga (muito) a favor da segunda opção.
Disputas domésticas à parte, existe mesmo uma explicação corroborada pela ciência. Quando puxamos o autoclismo e deixamos o tampo para cima, os germes e a matéria fecal são lançados para o ar – até cerca de quatro metros de altura – graças à forca criada pelo jorro repentino de água. Por conseguinte, eles podem aterrar em qualquer lugar ou objeto, incluindo na bancada, toalhas ou até mesmo na sua escova de dentes.
O fenómeno tem um nome: efeito aerossol. Charles P. Gerva, professor de microbiologia na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, entrou em detalhes sobre este processo em declarações ao “Mirror Online”.
“Basicamente, cada vez que puxa o autoclismo e deixa o tampo para cima, está a levar com uma pulverização significativa de germes em cima. Quando as gotículas são expelidas da sanita para o ar, é como se tratasse de um fogo de artificio microscópico”.
Em 2013, uma revisão de estudos sobre o tema chegou a uma conclusão assustadora.
“A investigação sugere que o efeito aerossol pode desempenhar um papel importante na transmissão de doenças infecciosas para as quais o patógeno é eliminado nas fezes ou no vómito,” escreveram os cientistas na publicação especializada ‘American Journal of Infection Control‘. “O possível papel do efeito aerossol na transmissão aérea de Norovírus, Síndrome Respiratória Aguda Grave e Pandemia de Influenza é de particular interesse.”
A melhor forma de se proteger é fechar o tampo, “especialmente se a casa de banho for usada por várias pessoas,” aconselhou o microbiologista Philip Tierno, de Nova Iorque, numa entrevista concedida ao “Business Insider”.