Indispensável no dia-a-dia, especialmente durante o combate ao surto pandémico de coronavírus, o álcool gel é um produto cada vez mais procurado.
As roturas de stock criaram espaço para o surgimento de novos golpes, cujo objetivo tirar proveito financeiro dos medos e ansiedades das pessoas. Isto aconteceu com Garzi Massafera, que foi enganada recentemente.
A atriz acreditava que tinha comprado três frascos de desinfetante quando, na verdade, os recipientes continham gel de cabelo. “Você coloca na mão, é uma meleca [muco seco, no português informal do Brasil]. Vergonhoso. Gel de cabelo vendido como álcool gel”, relatou, indignada, no Instagram.
Como saber se o álcool é eficaz?
Existe um tipo específico de álcool recomendado para realizar a antissepsia do coronavírus. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), devemos usar “um desinfetante para as mãos que tenha pelo menos 70% de álcool“. Além de ser capaz de destruir o vírus com maior eficiência do que as variações com maior ou menor porcentagem de etanol, ele não se evapora com tanta rapidez, tendo um maior tempo de ação e eficácia.
Se for falsificado, ele não fornece nenhum tipo de proteção, passando uma falsa sensação de segurança. E, dependendo da composição, pode causar problemas mais sérios como, por exemplo, queimaduras, hipersensibilidade da pele e reações alérgicas.
O professor Júlio Cezar Merlin, farmacêutico e bioquímico da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), adverte ainda para o fabrico caseiro do álcool gel. “As pessoas acham que fazer o produto é só misturar o álcool 70% e um gel ou emulsificante qualquer, mas não é assim tão simples assim,” afirma, em declarações à revista “Cláudia”. “Sempre que se produz um álcool gel é necessário analisar a concentração do álcool, da água, dos produtos químicos incorporadores do gel e da glicerina. E, no final da produção, avaliar se a concentração de cada substância está adequada”, alerta o especialista.
Merlin sublinha que não é fácil identificar um produto falsificado, a não ser em casos como o de Grazi, em que a fraude é óbvia. Por isso mesmo, aconselha ao público que se informe sobre a procedência a origem do produto e que, de preferência, só o compre em farmácias online e outras lojas de confiança.