Os beauty fridges são pequenos, fofos e coloridos. E com base nas crescentes evidências fotográficas — só o hashtag #beautyfridge reúne quase 10 mil fotos no Instagram —, esta é a nova a forma de armazenar e exibir os nossos adorados produtos de beleza.
Não é difícil perceber o fascínio: com um tamanho reduzido e laqueados em tons de rosa algodão, azul bebé ou lavanda, estes frigoríficos em miniatura têm uma vantagem sobre os eletrodomésticos de cozinha tradicionais no que diz respeito a serem desejados e ‘instagramáveis’. E quando estão recheados com máscaras, séruns e cremes, assemelham-se muito a uma loja pessoal de cuidados para a pele, abrigada em qualquer coisa como uma versão adulta e extravagante de um Polly Pocket.
O fenómeno não passou despercebido às marcas como uma ótima oportunidade de negócio, sendo que Kylie Jenner foi a última a aderir à tendência com o lançamento do Mini Fridge. Um acessório cor-de-rosa, cujo preço ronda os 100 dólares (cerca de 83 euros). Mas será que o investimento vale a pena?
“Um beauty fridge é desnecessário — um truque de marketing — porque sempre que um produto é lançado no mercado tem de passar por testes de estabilidade, que mostram que é estável, não se decompõe à temperatura ambiente e não vai perder sua eficácia, mesmo depois de aberto”, explica o dermatologista Dennis Gross ao site Elle.com.
O especialista afirma que os produtos de beleza devem ser capazes de resistir ao calor extremo, incluindo a temperatura do forno, que excede em muito a de um apartamento num dia quente e ensolarado.
“A menos que o fabricante mantenha o produto num frigorífico, ou que o produto tenha sido vendido em loja num frigorífico, não há razão para fazer isso”, acrescenta.
Existem, no entanto, cremes medicamentosos prescritos em dermatologia que requerem refrigeração. Nesses casos, o Dr. Gross diz que o armazenamento adequado é fundamental. Mas na maioria dos casos, os produtos de beleza, que não são perecíveis como os alimentos, não têm de ser acondicionados a uma determinada temperatura.
Caso faça mesmo questão de avançar com a compra, em geral, a refrigeração é inofensiva. Contudo, o dermatologista deixa um alerta: a exposição de produtos a temperaturas oscilantes pode levar à instabilidade e “prejudicar a integridade” dos mesmos. Por isso mesmo, sugere definir uma temperatura segura, ou seja, ente os 13 e os 17 graus.