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Nestes tempos em que procuramos valores seguros, e regressamos aos clássicos de toda a vida, vale a pena (re)descobrir 5 grandes ativos cosméticos com décadas de bons e leais serviços a manter a juventude da pele.

Retinol

Integrado no grupo dos retinóides (formas de vitamina A), é ‘o’ ativo de referência para os dermatologistas porque é um dos mais estudados desde sempre, com resultados comprovados. Os seus efeitos antienvelhecimento foram descobertos um pouco por acaso, quando os dermatologistas que tratavam a acne com certos retinóides perceberam que eles tinham o ‘efeito secundário’ de diminuir as rugas e rejuvenescer a pele. Quando é aplicado na pele, o retinol acelera a velocidade da renovação celular, o que significa que aumenta a descamação natural das células mortas, e também tem uma ação na estimulação do colagénio, que é outro caminho para diminuir as rugas e aumentar a firmeza da pele. A sua ação faz-se sentir a nível da pigmentação e das rugas profundas, o que o torna particularmente eficaz na correção dos sinais de fotoenvelhecimento. Pode começar a ser usado a partir dos 30-35 anos.

Mas há um senão: em algumas peles mais sensíveis (mas não só), sobretudo ao início, o retinol pode irritar a pele, causando secura, descamação e vermelhidão. Para contornar este problema, muitas marcas de cosméticos trabalham o retinol nas suas fórmulas de forma a torná-lo menos irritante, sem lhe diminuir a eficácia: encapsulando-o, por exemplo, para que a sua libertação na pele seja mais gradual, ou conjugando-o com ativos calmantes e hidratantes. E também se pode aplicar a estratégia da introdução progressiva do produto com retinol na rotina de cuidados da pele: começar por usá-lo uma ou duas vezes por semana e depois ir aumentando a frequência gradualmente. Deve ser sempre aplicado à noite, usando de dia um protetor solar alto porque deixa a pele mais sensível aos efeitos dos raios UV. Não deve ser usado por grávidas ou durante a amamentação.

Ceramidas

Presentes naturalmente na nossa pele, são lípidos (gorduras) essenciais que fazem parte da barreira cutânea, onde desempenham várias funções vitais: hidratam, previnem a desidratação, reparam e protegem. Se pensarmos na camada superficial da nossa pele como se fosse uma parede, em que as células são os tijolos, as ceramidas seriam a argamassa que os une e mantém a parede coesa. Ao assegurar a coesão celular, elas desempenham um papel fundamental para não deixar penetrar na pele partículas irritantes, poluentes e agentes patogénicos, e também para manter a pele hidratada ao evitar que a água se perca para o exterior. Como se fossem uma gabardine impermeável que mantém as coisas boas dentro da pele e as más do lado de fora. São por isso um verdadeiro ativo antienvelhecimento de pleno direito, já que uma pele saudável e bem hidratada fica mais lisa, mais radiosa, funciona melhor, não marca tanto as rugas e mantém-se jovem durante mais tempo.

Quando aplicamos ceramidas na pele, através de um creme, sérum ou loção, elas vão reforçar o trabalho das nossas ceramidas naturais, selam a hidratação e preenchem as rídulas, tornando-as menos aparentes. E são muito bem toleradas porque a pele reconhece-as como ‘suas’ e sabe como usá-las, por isso são incluídas há décadas em cuidados hidratantes (mesmo aqueles que se destinam às peles mais sensíveis). As ceramidas usadas em cosmética podem ser sintéticas ou de origem vegetal (extraídas de óleos naturalmente ricos neste tipo de lípidos). Podem ser usadas em qualquer idade, é preciso ter apenas atenção aos outros ingredientes da fórmula, já que são esses que vão determinar a que idade e tipo de pele o produto se destina. As ceramidas têm uma ação imediata de conforto, mas têm também um efeito a longo prazo, porque com a sua utilização regular a barreira cutânea vai-se fortalecendo, o que torna a pele mais resistente.

Péptidos

Já ouviu com certeza falar de proteínas e dos aminoácidos que as compõem. Pois bem, os péptidos são cadeias curtas de aminoácidos e entre as proteínas que compõem estão as que dão suporte e densidade à nossa pele, nomeadamente o colagénio. Mas as funções dos péptidos não se ficam por aí: eles também transmitem mensagens e inibem certas enzimas (como as que destroem o colagénio), entre muitas outras coisas. Eles estão presentes em todo o nosso corpo e participam em inúmeros processos do funcionamento do organismo.

No que diz respeito à pele, são fundamentais nos processos de cicatrização, porque são eles que, ao detetarem uma zona que precisa de ser reparada, transmitem a mensagem de que é preciso produzir mais colagénio para a reparar. Tendo em conta que, com a idade, a nossa produção de colagénio vai diminuindo e as mensagens para que seja produzido vão circulando mais lentamente (o que resulta numa pele mais enrugada e menos densa), os péptidos aplicados topicamente ajudam a colmatar estas falhas. E a forma como atuam é muito engenhosa, criando uma espécie de ‘falso alarme’ para estimular a produção de colagénio. Imagine que há um naufrágio e ficam pedaços do navio espalhados pelo mar: quem vir um pedaço do navio, sabe que ele naufragou e envia socorros. O que os cosméticos com péptidos fazem é mostrar à pele um falso destroço (o péptido) que a leva a pensar que há uma lesão e que tem de produzir mais colagénio para a reparar. A produção de elastina e ácido hialurónico também são estimuladas, ajudando a abrandar o envelhecimento estrutural da pele, especialmente a nível das rugas, firmeza, densidade, elasticidade e capacidade da pele para se manter hidratada. Alguns cosméticos associam os péptidos a outros ativos como a vitamina C ou os antioxidantes, para complementar a sua ação antienvelhecimento.

Ácido glicólico

Faz parte do grupo dos alfa-hidroxiácidos (AHA para os íntimos), esfoliantes químicos naturais que têm a capacidade de dissolver as ligações entre as células mortas acumuladas à superfície da pele. Isso faz com que elas se soltem mais rapidamente, e de maneira mais uniforme, revelando a pele mais lisa, luminosa e uniforme que está por baixo. De todos os AHA, o ácido glicólico é o que penetra mais profundamente na pele (porque as suas moléculas são mais pequenas), o que torna a sua ação mais intensa, e tem também um benefício adicional que complementa a sua ação renovadora: estimula a produção de colagénio e elastina. Graças a esta dupla ação, além de diminuir as rídulas, manchas, irregularidades na textura da pele e a aparência dos poros, e de dar luminosidade à tez, tem também uma boa eficácia antirrugas. Os resultados dependem da concentração utilizada, mas a partir de 5% já se nota diferença na textura e luminosidade da tez, e a partir de 10% (que é a mais comum em produtos cosméticos) já há resultados visíveis também a nível das rugas. Os dermatologistas geralmente usam concentrações mais elevadas, que podem mesmo chegar aos 70%, nos peelings realizados em consultório.

O ácido glicólico pode ser irritante, sobretudo para peles sensíveis ou quando usado em concentrações altas. Geralmente as concentrações usadas em cosmética são bem toleradas por uma pele que não tenha uma extrema sensibilidade, até porque as fórmulas juntam-lhe muitas vezes ativos calmantes que ajudam a compensar a eventual irritação, mas pode começar por usar o produto dia sim dia não, ou a cada dois dias, para a pele se ir habituando, e depois aumentar progressivamente a frequência. Pode ser usado a partir dos 35 anos (ou mais cedo, numa pele com marcas de acne, por exemplo), em cura de 1 semana a 1 mês, de 3 em 3 meses, e deve ser aplicado sempre à noite, usando-se um protetor solar de índice elevado durante o dia.

Coenzima Q10

Este antioxidante produzido naturalmente no nosso corpo é, de certa forma, um antienvelhecimento que ‘trazemos de série’, pelas várias ações que combina, nomeadamente a nível do colagénio (e quem diz mais colagénio diz menos rugas). Por ser antioxidante, ele neutraliza os radicais livres, compostos altamente reativos e agressivos, gerados pela poluição, pelos UV e até pelos processos metabólicos normais do organismo, que atacam o ADN das células acelerando o envelhecimento. É também um fornecedor de energia para as células da pele, promovendo a sua regeneração e a síntese de colagénio. Os níveis de Q10 da pele baixam com a idade e a aplicação de cosméticos com este ativo ajuda a compensar essa diminuição e a reverter os seus efeitos. Com a sua dupla ação, antioxidante e energizante, o Q10 não só ajuda a pele a produzir mais colagénio, como ajuda a preservá-lo, o que resulta numa pele mais lisa, mais densa e com menos rugas.
Esta coenzima é muito bem tolerada pela pele, mesmo sensível, e pode ser associada a outros ativos que complementam a sua ação antienvelhecimento, como a vitamina C, ou a Niacinamida (uma vitamina do complexo B). Os cremes e séruns com Q10 podem ser usados de manhã e à noite, a partir dos 30-35 anos.

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