
AFP
Há quase oito anos, Madonna enfrentou tudo e todos no Malawi para adotar a filha Mercy James, na altura com quatro anos.
Agora, a cantora retribuiu com a construção do Instituto Mercy James para Cirurgia Pediátrica e Cuidados Intensivos, a primeira clínica do género no país, batizado em honra da menina de 11 anos.
Na cerimónia de inauguração, a estrela recapitulou a jornada de três anos e meio, caracterizada por muitos altos e baixos, para que Mercy fosse legalmente reconhecida como sua filha.
“Conheci a Mercy pouco depois de conhecer o meu filho David, mas eles viviam em orfanatos diferentes. A Mercy sofria de malária e o David de pneumonia. E quando eu pegava cada um deles ao colo, dizia-lhes ao ouvido que ia cuidar deles. E prometi-lhes que iam ser adultos fortes e saudáveis”, disse ao público presente. “Deram-me permissão para adotar o David primeiro. Algum tempo depois, pedi autorização para adotar a Mercy mas, desta vez, a juíza disse não”.
O caso foi controverso naquela nação africana, cuja lei dita que os futuros pais devem residir no Malawi durante um ano antes de adotarem, algo que Madonna não fez. Além disso, a artista estava a separar-se legalmente do segundo marido, Guy Ritchie, citando diferenças irreconciliáveis.
“Tinha acabado de me divorciar e ela informou-se que, enquanto mulher divorciada, não era uma candidata adequada para criar crianças e que a Mercy James estava melhor num orfanato”, continuou. “Se me conhecem, podem imaginar como recebi essa informação.

David Banda, Madonna e Mercy James
Reprodução/Instagram
A cantora explicou que se não lhe derem uma razão lógica para a palavra ‘não’, não a aceita e, por isso mesmo, contratou uma equipa de advogados e levou o caso ao Supremo Tribunal. Uma batalha que não foi fácil.
“As leis de adoção no Malawi não eram atualizadas desde o início doas anos 40 e ainda não tinha ocorrido a ninguém mudá-las. Portanto o meu argumento foi que as mulheres criam filhos há séculos sozinhas, para não mencionar o facto de me estar a sair muito bem a criar os meus três filhos”.
Em jeito de conclusão, a rainha da música pop estabeleceu uma ligação entre a batalha travada há oito anos e o momento que vive atualmente, que representa uma espécie de fechar de ciclo.
“Eu nunca desisti. Nunca recuei. E acredito que quando se quer muito uma coisa na vida, o universo conspira a favor para ajudar. Eu lutei pela Mercy e ganhei. Não foi fácil. E com sangue, suor e lágrimas de tantas pessoas aqui presentes, lutámos por este hospital – e ganhámos. Portanto estou aqui para dizer: nunca desistam dos vossos sonhos. Nunca deixem de lutar por aquilo em que acreditam. E, finalmente: o amor conquista tudo”.
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