‘Chamavam-me O SUPERPAI DE ALPIARÇA’

Quando o amor termina e os casamentos se dissolvem, é quase ponto assente que a mãe fique com a custódia dos filhos menores ou que a partilhe com o pai. Mas nem sempre é assim. Muitas mulheres resolvem abdicar disso para seguirem vida nova. Outras simplesmente não têm condições financeiras ou de saúde para assumirem o cuidado dos filhos.

Depois das mães solteiras e divorciadas terem sido estigmatizadas durante décadas, o crescente aumento dos divórcios e a redefinição do conceito de família criaram os ‘pais solteiros’. Por isso quisemos saber a história de homens que, de repente, se viram sozinhos com crianças nos braços para criar. Assumiram a tarefa que muitas mulheres sempre tomaram a sós, sem que ninguém lhes reconhecesse mais valor por isso. Conhecemos quatro casos: Mário, surpreendido por ter ganho a custódia da filha em tribunal; Luís, que lutou pela guarda legal de dois filhos; Octávio, a quem a ex-namorada deixou o filho de ambos antes de emigrar, e José, que ficou sozinho com as suas três princesas.

A comparação que os conterrâneos lhe faziam era justa. Na altura, passava na televisão a série ‘Super Pai’, cujo argumento girava em torno de um viúvo a braços com a educação das três filhas. O engenheiro agrónomo José Sassetti (que conhecemos na ‘Quinta das Celebridades’), hoje com 41 anos, tinha-se separado há pouco tempo da mulher, que o deixou com as três filhas do casal. Foi há quase sete anos: a Maria tinha seis, a Francisca quatro e a Joana dois. ‘A mãe delas achou que devia seguir outro caminho. O casamento, para quem é católico praticante como eu, é para toda a vida’, recorda. ‘Sou uma pessoa muito alegre e optimista. Quando isto aconteceu, peguei nelas e levei-as a Fátima. Perguntei se Deus me estava a pôr à prova. O povo diz que Ele dá a cruz à medida de cada um.’

Mas o ‘Superpai’ desdramatiza. ‘Ver-me sozinho com elas não foi nada do outro mundo’, confessa. ‘Já cozinhava e depois aprendi a passar a ferro.’ A bagagem já vinha de trás. Este homem, que na adolescência disse aos pais que queria ser pedreiro, foi habituado de pequeno a ajudar em casa.

Começar de novo

Ser pai exige imaginação. Um dia decidiu comprar uma rulote para levar a família numas miniférias. Na véspera do Dia D, um problema eléctrico ameaçou estragar-lhes os planos. ‘Disse-lhes que era impossível irmos. Elas reclamaram. Nessa noite acampámos na rulote, à porta de casa’, recorda, divertido. De vez em quando, as raparigas também eram convocadas para o Jantar das Princesas, com o pai a ajudá-las a vestirem-se e a pintarem-se a preceito. Os rituais não ficam por aqui: a 13, 17 e 21 de cada mês, os dias de aniversário das filhas, almoça no restaurante, a sós com cada uma delas, para ficar a par do ‘relatório’ todo: escola, amigos, alegrias, dores de crescimento.

Há alguns anos a ex-mulher comunicou que iria lutar pela custódia das três filhas. ‘Já me tinham avisado de que há sempre um revés de consciência. Essa ‘guerra’ ainda durou um bocado, mas conseguimos ultrapassar tudo sem ir a tribunal.’ Entretanto, a família instalou-se em Salvaterra de Magos (Sassetti até vai candidatar-se a presidente da Câmara). Maria, a desportista despachada, está com 13 e a Francisca, a poetisa da família, vai fazer 12. A mais nova, Joana, tem 10 anos e é a mais chegada (e possessiva!) em relação ao pai. ‘Tive de ser um pouco mãe e pai dela. É natural’, defende Sassetti. José nunca desistiu de voltar a casar. E não era difícil arranjar namorada, confessa. ‘Aparece um tipo com piada e com o aliciante de ter três filhas…. Caíam como umas patinhas!’, ri. ‘Mas nunca andei a brincar aos casamentos.’ Que o diga Susana, de 32 anos, com quem casou há três e de quem já tem dois filhos, o Martim, de dois anos, e o Manuel, de 22 meses. Só foi apresentada às raparigas um ano depois de o namoro começar. ‘Eu tinha medo de que, se aquilo não resultasse, elas saíssem magoadas. Ela veio pôr ordem na minha vida. É uma mulher extraordinária! Já lhe disse que era maluca: apaixonou-se por um homem gago. e com três filhas!’

‘Sou um PAI-GALINHA’

O jornalista da ‘Tv Mais’, Luís Rosa-Mendes, de 48 anos, já tem dois casamentos, uma união de facto e quatro filhos no currículo: o Tiago, de 27, o André com 15, a Laura, de 9, e o Francisco, de 7. Há quatro anos começou a lutar pela custódia dos dois mais novos num processo cheio de reviravoltas. Depois da separação, os filhos ficaram a viver com a mãe. Luís pagava uma pensão de alimentos e visitava-os regularmente, mas isso não lhe chegava.

Um dia tudo se inverteu. As condições profissionais dela não eram as melhores e precisava que os filhos ficassem com o pai. Luís achou que era a altura ideal para acertarem de vez a questão da tutela. Mas, quando os papéis chegaram, ficou a saber que a ex-companheira pedia a custódia partilhada. Luís tinha outros planos. ‘A tutela dos filhos é um empreendimento para a vida; não pode ser gerido por dois sócios que não se entendem. As pessoas não conseguem deixar de usar o seu poder para anular decisões e exercer pressões. É preferível que só um dos pais tenha a tutela, por muito que isso custe ao outro. A educação de uma criança não é passível de falhas.’

Apesar de tudo ter sido resolvido, em tribunal, a seu favor, Luís é da opinião de que o sistema legal continua a discriminar o pai em relação à mãe. ‘O juiz achou estranho que fosse eu a ficar com a tutela. Não gostei; tenho tanto direito a isso como a mãe. Simplesmente eu tinha mais condições económicas, profissionais, de saúde e espaço para ficar com eles.’

Os adultos também crescem

Não o assusta o trabalho pesado com a criançada. ‘Já ensinei muita jovem mãe a dobrar fraldas de pano! E com reforço!’, brinca. Agora, que vive sozinho com os filhos, tem a carga acrescida das tarefas domésticas. ‘Sou eu que lavo a louça e a roupa, faço as compras e cozinho para os meus filhos.’ Ao mesmo tempo que tenta que eles sejam auto-suficientes, luta contra uma enorme ansiedade de pai-galinha. ‘Nunca apanhei um susto grande com eles, mas vivo atormentado, à espera de um telefonema a informar-me de um acidente.’ E a vida de jornalista, cheia de horários loucos? ‘Organizei-a em função dos meus filhos. Se tiver de ir de viagem ou a um evento em trabalho, eles vão comigo.’

Luís sabe que é hoje um pai diferente do que foi para o Tiago, o mais velho, que já é advogado. ‘Quando me separei da mãe dele tinha 22 anos e não estava preparado para ser pai. Sou, indiscutivelmente, melhor pai para os mais novos do que fui para os mais velhos quando tinham a mesma idade. Mas a minha evolução acabou por ainda o beneficiar.’ Agora a relação até é mais especial, conclui. ‘A nossa aproximação data dos 16 anos dele. Na altura manifestou-me desagrado e amargura pelo nosso afastamento, mas já resolvemos isso. Hoje, ao ver como trato os irmãos, acho que até tem orgulho em mim.’

‘EMAGRECI 17 QUILOS em quatro meses’

Foi há seis anos que Mário Pires, um técnico de farmácia de 43 anos, ganhou a guarda da filha, Rita (hoje com 12 anos) de uma maneira que ainda hoje o surpreende. Após seis anos de casamento, ele e a ex-mulher entraram num processo de divórcio que durou dois anos, primeiro litigioso e no fim amigável. Contra todas as expectativas, ela declarou no tribunal de menores não poder assumir a guarda da filha. ‘Justificou-se dizendo que ganhava pouco e entrava cedo ao serviço. Na audiência, a juíza insistiu bastante para que ela ficasse com a filha, o que eu não achei nada bem, porque ambos tínhamos o mesmo direito’, recorda Mário, que pouco depois teve de sair de casa propriedade do sogro com a filha. ‘Fui para casa do meu pai, com a Rita, e aí foi complicado.’

A vida era um contra-relógio. Preparava a filha de manhã, ia levá-la ao infantário, voava para a estação a tempo de apanhar o comboio para Lisboa e subia a correr até ao Bairro Alto, onde entrava ao serviço às nove e meia. Quando trabalhava à noite, valia-lhe a boa vontade da educadora, que levava a miúda para sua casa ou a ia pôr ao avô. Sempre tratara da filha mas nada o preparara para a carga de trabalhos de ser pai solteiro. ‘Não estava habituado a tratar da comida, lavar a roupa, vestir a criança, dar-lhe banho. Emagreci 17 quilos em quatro meses’, recorda. A patroa deixava-o levar a filha para o trabalho quando não tinha aulas. ‘Mas também me repreendia se eu faltava de manhã para ir às reuniões de pais.’

Sexto sentido paterno

Uma vez, a Rita chegou a casa a chorar, perguntando se a mãe não gostava dela, depois de um batalhão de perguntas inconvenientes feitas por uma professora. Às vezes, Mário sentia-se como uma ave rara. ‘Nas reuniões de encarregados de educação, geralmente sou o único homem. As minhas irmãs tentavam fazer o papel de mãe, o que me ofendia. Se ela estivesse com a mãe, ninguém agiria dessa forma.’

Mário concorda que os homens não aguentam muito tempo sem companheira. Passados cinco meses da sua separação já namorava com uma colega, com quem começou a viver pouco depois e com quem hoje é casado.

‘O problema começou há dois anos, quando nasceu o irmão’, diagnostica. ‘A Rita não estava habituada a partilhar o pai.’ A relação entre os dois sempre foi de grande cumplicidade. Até há três anos ela tratava-o pelo nome próprio e só decidiu deixar de o fazer quando percebeu que as colegas não faziam o mesmo com os pais delas. Agora, na pré-adolescência, foge um pouco àquelas coisas que gostava de fazer só com o pai. ‘Custa um bocadinho. Já só sirvo de motorista’, ironiza. ‘Mas se trabalho até mais tarde, ela ainda me telefona a perguntar se ainda demoro.’

No Verão passado Mário apanhou um susto. Eram seis da manhã e andava em casa, de um lado para o outro, com o telemóvel na mão. Não tinha pregado olho a noite toda, assaltado por um mau presságio. Pouco depois a filha ligava-lhe a contar que tinha sofrido um acidente de viação com a mãe e os avós maternos. Milagrosamente, todos saíram ilesos. A partir daquele dia ele soube que sexto sentido não é exclusivo feminino: os pais também vêm equipados com ele.

Confissões de um pai solteiro

Há 15 anos, uma ex-namorada bateu à porta de Octávio Alves. Trazia o filho de ambos nos braços. Ia emigrar para Espanha e passou-lhe a responsabilidade para as mãos. ‘Disse que aparecia daí a 15 dias. Até hoje.’, recorda este pedreiro transmontano, de 42 anos, a viver na capital.

Poucos bebés passaram por tanto como Rui no primeiro ano de vida. Antes deste episódio, já tinha passado por casa do pai e dos avós paternos, para depois o tribunal o entregar de novo à mãe, que logo a seguir o deixou a uma família cigana (onde sofreu maus tratos). A mãe ainda o levou para Espanha por um mês, mas voltou para o entregar ao pai. De vez. ‘Dei-lhe a opção de ver o filho quando quisesse, mas ela não voltou. Não sabemos sequer se está viva.’ O Rui não fala da mãe. O mais curioso é que nunca fez perguntas sobre a sua situação familiar ou sobre onde ela estava. ‘Para ele a mãe é uma estranha.’ Foi com a ajuda dos irmãos (tem 12; metade vive perto dele) e das cunhadas que Octávio criou o filho único. Não voltou a casar. Nunca beneficiou de mais compreensão no trabalho por ser pai solteiro, nem quando o Rui tinha acidentes na escola ou quando esteve internado no hospital por 10 dias. Para os patrões, as regras eram simples: se não trabalhar, não ganha. Mas ser pai solteiro não é nenhuma tarefa de Hércules, diz. ‘O que me custou mesmo foi ele ter largado os estudos.’ Só que o Rui, que herdou os olhos verdes do pai, tem pressa de viver. Aos 16 anos já trabalha na construção e ajuda a limpar a floresta quando está em Trás-os-Montes.

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