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GRAZVYDAS

*artigo publicado originalmente em outubro de 2016

1. Tive um caso amoroso que não significou nada, só que a pessoa com quem estou descobriu e ficou magoada.


“Temos de assumir precisamente que esse ‘caso’ foi importante: para a outra pessoa”, explica Cláudia Morais, psicóloga e terapeuta familiar e autora de livros como ‘Sobreviver à Crise Conjugal’. “É fácil dizer ‘ai isto não teve importância nenhuma’, mas há ali algo de muito significativo que se quebra: a confiança. Portanto, mesmo não tendo sido premeditado, que tenha resultado de uns copos a mais, que na prática a pessoa não tenha valorizado aquilo, ainda assim para quem é traído é sempre significativo.”
Como é que se repara: “O primeiro passo é haver a disponibilidade para olhar para os estragos: mas isto é comum a todos os erros, assumir a nossa responsabilidade e, mais, estar disposto a repará-los.” A seguir, devem criar alguns acordos: “Por exemplo, não é razoável que quem traiu seja ‘castigado’ de alguma maneira. Mas tem de amparar a pessoa traída, permitir que ela fale da sua dor e devolver-lhe gradualmente a confiança, o que leva tempo. Isto não significa fazer-lhe relatórios diários do seu paradeiro, mas por exemplo estar disponível para responder às perguntas.”

2. Mudei a minha vida toda por amor, e a relação acabou…


“Conheço histórias bem-sucedidas de pessoas que agiram de forma impulsiva”, nota Cláudia Morais. “Mas eu aconselharia alguns cuidados.” ‘Largar tudo’ depende da idade, da profissão, do tipo de relação, da vida que se tem. “Não abdique de tudo, não ponha em risco a sua posição económica, não se coloque em dependência financeira. Por exemplo, não venda a sua casa. Não se veja livre de todos os seus bens. E mantenha as ligações às pessoas.” Porque na sua vida nova vai ter imensas dificuldades, e a primeira delas é o isolamento. “Não vai querer que a sua relação comece com vários factores de risco: mesmo que a relação tenha tudo para dar certo, se eu estiver isolada é mais provável que me deprima. E isto é estar a pôr um peso enorme nos ombros da pessoa que está ao meu lado, que é obrigada a ser todo o meu mundo, e pode criar o risco de violência emocional. Além disso, quando estamos apaixonados não conseguimos ver muito claro. E tem de ter pessoas que pensem claro por si.” Também tem de se conhecer a si como pessoa: “Porque ‘deixar tudo’ não é fácil e não é para toda a gente. Há pessoas que simplesmente não foram feitas para emigrar, para estarem longe, para se ‘desenrascarem’…”
Se não der certo: Começar por reparar a sua ‘rede’ de contactos. “Mas se estas questões estiverem salvaguardadas, mesmo que a relação não dê certo há sempre maneira de voltar atrás.”

3. Agora que somos um casal, o meu marido tem de aturar a minha família e almoçar com a minha mãe todos os domingos


“Há dois pontos essenciais: temos de aceitar que a vida a dois tem de ser diferente da vida de solteiro”, esclarece Cláudia Morais. “Não vou poder fazer tudo o que fazia enquanto solteira. Por exemplo, não vou conseguir impor todos os rituais com a minha família de origem à minha família de casada. Se eu estiver habituada a almoçar com a minha mãe todos os domingos, não vou poder impor isso ao outro.”
O segundo ponto: também temos de fazer alguns fretes e cedências. E a regra é exatamente a mesma: há algumas coisas que eu vou fazer pela outra pessoa, pela relação. “Enquanto solteira, se calhar não me passava pela cabeça levantar-me cedo ao domingo, mas agora faço-o para ir almoçar a casa dos meus sogros. A regra não é ‘eu tenho de ir’. Vou é fazer algumas escolhas em nome da relação. Tem de haver bom senso, claro. E temos de perceber que aquelas são pessoas de quem o nosso cônjuge gosta muitíssimo e que gostam dele. E as pessoas da nossa família gostam de nós, mas são pessoas com quem ele não tem nem pode ter a mesma relação, e não pode haver a mesma entrega.”
O que fazer: O casal tem de criar os seus próprios rituais: e defender-se da chantagem familiar. “As suas escolhas não devem ser fruto da culpa. Se os pais ou sogros fazem pressão, eu não devo ceder, porque me arrisco a estar a trabalhar para a felicidade dessas pessoas mas a ignorar a felicidade do casal. Portanto, estas escolhas devem ser feitas por nós, e não pelos outros.”

4. Gostava tanto de mudar a outra pessoa! Por um lado, é mau querer que ela mude, por outro não devemos estar abertos a críticas?


“Nunca é demais perceber isto: podemos mudar alguns comportamentos e hábitos, mas nenhum de nós vai mudar significativamente”, avisa Cláudia Morais. “Ou seja: é um sinal de inteligência não reivindicarmos muitas mudanças à pessoa que está ao nosso lado. Mais do que sinal de respeito para com ela, é um sinal de respeito para com nós próprios. E é muito desgastante tentar mudar outra pessoa.”
Além de desgastante, geralmente é inútil: “Se tiver comigo uma pessoa habituada a ouvir críticas, com uma personalidade vulnerável, ela não vai conseguir responder de forma assertiva, e isto vai ser um caminho sem fim, porque eu vou insistir mais e mais, e aquela pessoa vai anular-se mais e mais, e ambos nos vamos sentir infelizes”, explica a psicóloga.
O que é importante: Que as necessidades sejam identificadas. “Pense no seu local de trabalho: se vir que é preciso trabalhar um bocado mais ou fazer alguma coisa para a qual não foi contratada, provavelmente até o fará. Mas se tiver um chefe muito crítico a exigir-lhe que o faça, não o fará de boa vontade, porque já se trata de uma exigência, não de uma forma de co-operação.”

5. Escolhi mal o meu parceiro: é bonito, temos interesses em comum, mas a relação não funciona porque a química não existe…


“Nós queremos todos a mesma coisa: alguém que esteja lá para nós”, nota Cláudia Morais. “A sensação de segurança, de saber que aquela pessoa se preocupa connosco, é muito forte. Isto é o básico. Mas, depois, as leis da atração são diferentes para toda a gente.”
O que fazer: Devo ter o autoconhecimento suficiente que me permita perceber que uma enorme quantidade de virtudes não vai fazer com que me apaixone por aquela pessoa. “Imagine que sou atraída por homens altos, bonitos e musculados. Posso ter uma fila deles à minha frente e nenhum me atrair, e vai haver uma pessoa que não é nada assim e que me conquista.” Porque alguns aspetos da atração não estão ao nível da consciência, e a química entre dois seres humanos ainda é um mistério. “Às vezes, o que me atrai noutra pessoa é simplesmente o facto de rirmos das mesmas coisas. E isso não tem nada a ver com interesses comuns. Até podemos escolher a outra pessoa ‘racionalmente’, como um troféu, mas isso tem quase sempre a ver com as nossas vulnerabilidades.”

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