Esta é uma pergunta que tenho feito várias vezes a mim mesma nos últimos meses. Viajo há mais de 20 anos, sou totalmente apaixonada por explorar o mundo (até mudei de vida para fazer desta área a minha profissão), por isso podem imaginar a vontade que tenho de voltar à “estrada” e de apanhar um avião para o outro lado do mundo. Mas honestamente não tenho uma resposta muito sólida a essa questão, um “sim, vamos embora!!!” forte e assumido, por isso ainda continuo por cá.

Neste texto não irei dar respostas certas, que não as tenho, mas vou partilhar com vocês a minha perspetiva e o que me vai na alma relativamente ao tema das viagens. E claro, estou totalmente disponível para ouvir as vossas opiniões!

Mochila às costas

Viajo há algum tempo de mochila às costas, ou seja, com pouca bagagem e nada marcado, quer vá à Argentina, ao Brasil, à África do Sul, às Maldivas, ao Vietname ou a locais menos distantes tais como Marrocos ou Cabo Verde. Adoro aquele prazer de chegar a um destino e não fazer muito bem ideia para onde vou a seguir, o que vou fazer e nem saber onde vou dormir essa noite. Mesmo levando comigo uma criança. Já aprendi há uns anos que as melhores aventuras e histórias que eu tenho deste percurso de viajante são aquelas que acontecem quando me deixo levar… Acredito mesmo que se estivermos abertos às oportunidades, como interagir com os habitantes locais que conhecemos e que nos dão dicas preciosas de sítios que só eles conhecem, ouvirmos o nosso instinto e se tivermos um cartão de internet local para questões mais práticas, as probabilidades de termos uma viagem fantástica são enormes.

Nos últimos 6 anos juntou-se a mim e ao Ricardo, a Maria, nossa filha, que aos 2 meses se tornou uma pequena viajante quando entrou num avião pela primeira vez. Juntos já fizemos 33 viagens (ela tem 6 anos agora) e tem sido um caminho muito enriquecedor de partilha e de cumplicidade entre nós. É desta forma que eu gosto de viajar, de forma livre e descomplicada, em família e sinto que neste momento parece difícil continuar a fazê-lo da mesma forma. E é aqui que surge um grande dilema para mim. Será que vou esperar que o mundo esteja mais perto do “normal” (seja isso o que for), que nós estejamos vacinados e depois então regressar às viagens que tanto gosto e da forma que resulta para mim, ou em alternativa sair em breve e adaptar ao momento que vivemos e eventualmente fazer umas viagens diferentes? Mais calmas e planeadas, ou seja, com um risco mais calculado? Será que vou gostar de viajar dessa forma?

Adaptar

Mas apesar de tudo não parei de passear. Nos últimos tempos tenho descoberto locais novos como Vale de Cambra e Arouca por exemplo e revisitado muitos outros que já não ia há vários anos (como o Vale do Côa que explorei na semana passada) e tem sido uma experiência fantástica. Todos nós portugueses somos sem qualquer dúvida uns privilegiados, em ter um país que apesar de relativamente pequeno, tem paisagens incríveis, uma cultura e história fascinantes, a melhor comida do mundo, uma luz linda e uma população simpática e muito acolhedora. Agora mais do que nunca é hora de descobrir Portugal, de o promover e o ajudar a renascer. 

Em especial como blogger de viagens/influenciadora quero muito dar o meu contributo e inspirar outras pessoas a descobrirem pequenos tesouros que temos por aí, de norte a sul, e dessa forma poder ajudar um pouco na retoma de um dos pilares da nossa economia, o turismo. Nesse sentido, no ano passado senti a necessidade de me adaptar e criar condições para viajar em tempos de pandemia (entre os dois períodos de confinamento, sempre que foi permitido) e decidi com o Ricardo investir numa autocaravana. Já tinha alugado uma autocaravana na Eslovénia e tinha gostado imenso da road trip que fiz por lá.

Graças a esta decisão foi possível passar uns cinco meses brutais em ano de pandemia (2020), em família, pelos cantos e recantos de Portugal, apesar de todas as restrições que alteraram um pouco a experiência, como seria de esperar. Andámos por exemplo pela Nacional 2 e atravessámos o país de norte a sul, pela 103 que fica a norte e pela mais que famosa 222 que é designada por muitos como uma das estradas mais bonitas do mundo. Há que adaptar aos tempos em que vivemos, certo? E a autocaravana, pelo menos uma como a minha que é totalmente independente, tem condições para mantermos o distanciamento social e todas as restantes precauções que já sabemos que todos nós temos de obedecer.

Informação fidedigna

Um exercício que tenho feito em todo este período de pandemia, incluindo no que toca às viagens, é o de me manter informada apenas com fontes fidedignas. Procuro acompanhar o trabalho e as publicações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), da World Health Organization (WHO) e da nossa Direção Geral da Saúde (DGS) e isso possibilita-me ter conhecimento das restrições existentes nos vários países espalhados pelo mundo e das recomendações gerais sobre o tema do turismo.

Nestes tempos em que vivemos, em que existe algum excesso de informação há que ter cuidado com tudo o que é dito e partilhado na internet, nos media e nas conversas informais. Há pessoas que já começaram a viajar, outras que dizem que vai ser super difícil retomar esse hábito e nós a ouvir tudo isto, todas estas opiniões, no fundo esta pressão social, ainda ficamos mais confusos, sem saber o que pensar. Honestamente acredito que como em tudo na vida devemos pensar pela nossa cabeça e sermos críticos quanto à informação que temos e não dar demasiada importância ao que a sociedade onde estamos inseridos nos vai transmitindo.

No meu caso, por exemplo, em que estou inserida numa comunidade de viajantes portugueses, sinto isso. Há viajantes que mesmo quando não era permitido se atreveram contra todos os riscos a viajar, outros que estão a marcar voos para um futuro próximo e ainda outros tantos, como eu, que ainda não têm a próxima viagem marcada. Perante este cenário procuro distanciar-me um pouco, ler o que os organismos como os que referi atrás mencionam e recomendam e principalmente reflito bastante no tipo de destinos e no estilo de viagem que eu e a minha família gostamos e tento perceber se faz sentido ou não para já retomar. Acho que no fundo é o que todos nós devemos fazer. Há que ver caso a caso porque há imensas variáveis que podem mudar tudo, tais como se vamos viajar com os nossos filhos ou não, se já estamos vacinados, qual é a resposta a nível de saúde do nosso local de destino, se gostamos de ir para um hotel e ficar por lá ou se preferimos explorar mais a fundo e não nos importamos de adaptar a nossa rotina a eventuais restrições que haja devido ao COVID-19. 

Os meus planos

A última viagem que fiz para mais longe foi uma aventura enorme, de mota, com duas mochilas, durante mais de um mês pelo norte do Vietname, em família, com a Maria e foi épico! Tivemos um pequeno acidente, vários sustos no decorrer da condução (imaginem o trânsito na Ásia…) , duas avarias e um furo no pior sítio possível, numa estrada de montanha no meio de lado nenhum. Mas tudo se resolveu e ficaram imensas histórias para contar. E é assim mesmo que gosto de viajar e é dessa forma que quero mesmo muito continuar a fazê-lo. Sinto que neste momento, no estado atual em que o mundo se encontra, pode ainda ser difícil sentir a mesma liberdade, por todas as restrições existentes.

Quando voltei desta viagem no final de janeiro do ano passado, o plano era voltar a sair de Portugal em março, com destino à Roménia, para fazer uma roadtrip pelo país, dando especial atenção à Transilvânia que tudo indica ser uma região espetacular. Esse plano que tem estado cancelado voltou a estar em cima da mesa e logo que seja possível era aí mesmo que gostaria de ir. Mas neste momento seria necessário eu, o Ricardo e a Maria fazermos pelo menos um teste para apresentarmos no país onde faríamos escala, termos recolhimento obrigatório’’ às 21h durante a semana e 20h no fim de semana durante a viagem, realizar novo teste para regressar a Lisboa e fazermos uma quarentena. Para mim não faz muito sentido passar neste momento por tudo isto e em especial obrigar a Maria a estar fechada em casa sem ir à escola no regresso e à dor que seria ter de fazer testes.

Ontem mesmo houve boas notícias e a União Europeia está a descomplicar cada vez mais as viagens entre os países membros, por isso em breve deverão haver boas notícias e aí quem sabe não marco a próxima viagem! Até lá… Portugal.

Os links são os seguintes:

– blog: https://wandering-life.com/

– página pessoal do facebook: https://www.facebook.com/catarina.leonardo.96/

– instagram: https://www.instagram.com/kate.wanderinglife/

Palavras-chave

Mais no portal

Mais Notícias

Parcerias criativas, quando a arte chega à casa

Parcerias criativas, quando a arte chega à casa

Em “Cacau”: Regina encontra Cacau à beira da morte

Em “Cacau”: Regina encontra Cacau à beira da morte

Conta-me como foi o 25 de abril

Conta-me como foi o 25 de abril

A meio caminho entre o brioche e o folhado, assim são os protagonistas da Chez Croissant

A meio caminho entre o brioche e o folhado, assim são os protagonistas da Chez Croissant

25 de Abril, 50 anos

25 de Abril, 50 anos

Os livros da VISÃO Júnior: Para comemorar a liberdade (sem censuras!)

Os livros da VISÃO Júnior: Para comemorar a liberdade (sem censuras!)

Quem tinha mais poderes antes do 25 de Abril: o Presidente da República ou o Presidente do Conselho?

Quem tinha mais poderes antes do 25 de Abril: o Presidente da República ou o Presidente do Conselho?

Decoração: a liberdade também passa por aqui

Decoração: a liberdade também passa por aqui

Casas sim, barracas não. Quando o pai de Marcelo Rebelo de Sousa ajudou os ocupantes do Bairro do Bom Sucesso

Casas sim, barracas não. Quando o pai de Marcelo Rebelo de Sousa ajudou os ocupantes do Bairro do Bom Sucesso

António Costa é

António Costa é "oriental", Montenegro vem do "mundo rural". Ambos são "lentos", segundo Marcelo Rebelo de Sousa

Conheça os ténis preferidos da Família Real espanhola produzidos por artesãs portuguesas

Conheça os ténis preferidos da Família Real espanhola produzidos por artesãs portuguesas

Ao volante do novo Volvo EX30 numa pista de gelo

Ao volante do novo Volvo EX30 numa pista de gelo

Chief Innovation Officer? E por que não Chief Future Officer?

Chief Innovation Officer? E por que não Chief Future Officer?

25 peças para receber a primavera em casa

25 peças para receber a primavera em casa

Exame Informática TV nº 859: Veja dois portáteis 'loucos' e dois carros elétricos em ação

Exame Informática TV nº 859: Veja dois portáteis 'loucos' e dois carros elétricos em ação

Vida ao ar livre: guarda-sol Centra

Vida ao ar livre: guarda-sol Centra

Zendaya surpreende com visual ousado

Zendaya surpreende com visual ousado

Depressão fria vinda da Gronelândia traz

Depressão fria vinda da Gronelândia traz "inverno" de novo a Portugal. O que esperar do tempo para os próximos dias

Montenegro diz que

Montenegro diz que "foi claríssimo" sobre descida do IRS

Lloyd Cole em digressão acústica: As canções como elas são

Lloyd Cole em digressão acústica: As canções como elas são

Tempo de espera para rede de cuidados continuados aumentou em 2022

Tempo de espera para rede de cuidados continuados aumentou em 2022

Em “Cacau”: Tiago descobre onde está Cacau e agride Marco

Em “Cacau”: Tiago descobre onde está Cacau e agride Marco

Tarifário da água no Algarve abaixo da média nacional é erro crasso -- ex-presidente da APA

Tarifário da água no Algarve abaixo da média nacional é erro crasso -- ex-presidente da APA

Supremo rejeita recurso da Ordem dos Enfermeiros para tentar levar juíza a julgamento

Supremo rejeita recurso da Ordem dos Enfermeiros para tentar levar juíza a julgamento

MAI apela à limpeza dos terrenos rurais

MAI apela à limpeza dos terrenos rurais

Relógio Slow Retail: Moda portuguesa e cheirinho a café, para descobrir em Cascais

Relógio Slow Retail: Moda portuguesa e cheirinho a café, para descobrir em Cascais

De Zeca Afonso a Adriano Correia de Oliveira. O papel da música de intervenção na revolução de 1974

De Zeca Afonso a Adriano Correia de Oliveira. O papel da música de intervenção na revolução de 1974

Caras conhecidas atentas a tendências

Caras conhecidas atentas a tendências

Nos caminhos de Moura guiados pela água fresca

Nos caminhos de Moura guiados pela água fresca

JL 1396

JL 1396

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Vista Alegre: Há 200 anos de memórias para contar

Vista Alegre: Há 200 anos de memórias para contar

Os nomes estranhos das fobias ainda mais estranhas

Os nomes estranhos das fobias ainda mais estranhas

Teste em vídeo ao Volkswagen ID.7 Pro

Teste em vídeo ao Volkswagen ID.7 Pro

Recorde a vida do príncipe Louis no dia em que celebra o seu 6º aniversário

Recorde a vida do príncipe Louis no dia em que celebra o seu 6º aniversário

RootedCON: Congresso de cibersegurança chega a Portugal em maio e promete trazer novidades

RootedCON: Congresso de cibersegurança chega a Portugal em maio e promete trazer novidades

Exportações de vinho do Dão com ligeira redução em 2023

Exportações de vinho do Dão com ligeira redução em 2023

Estivemos no Oeiras Eco-Rally ao volante de dois Peugeot (e vencemos uma etapa)

Estivemos no Oeiras Eco-Rally ao volante de dois Peugeot (e vencemos uma etapa)

Vencedores do passatempo ‘A Grande Viagem 2: Entrega Especial’

Vencedores do passatempo ‘A Grande Viagem 2: Entrega Especial’

Caras conhecidas atentas à moda

Caras conhecidas atentas à moda

Sofia Alves Joana Ribeiro e Victoria Guerra brilham na nova novela da SIC

Sofia Alves Joana Ribeiro e Victoria Guerra brilham na nova novela da SIC

As tiaras da rainha Sílvia e das princesas Sofia e Victoria da Suécia

As tiaras da rainha Sílvia e das princesas Sofia e Victoria da Suécia

Microsoft anuncia Phi-3, modelos de linguagem mais pequenos e eficientes

Microsoft anuncia Phi-3, modelos de linguagem mais pequenos e eficientes

A reinvenção das imagens

A reinvenção das imagens

Portugal: Cravos que trouxeram desenvolvimento

Portugal: Cravos que trouxeram desenvolvimento

Parceria TIN/Público

A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites