Um dos pilares da nossa saúde é a nossa alimentação. No Dia Mundial da Alimentação [celebrado a 16 de outubro] relembram-se os princípios de uma alimentação saudável – orientados pelo equilíbrio, pela variedade, mas também pela sustentabilidade – que fundamentam boas escolhas alimentares.
A Roda dos Alimentos, que já todos conhecemos (ou que pelo menos já ouvimos falar) é o guia que melhor nos ajuda a escolher e a combinar os alimentos que deverão fazer parte da nossa alimentação diária. Dela fazem parte 7 grupos de alimentos, uns maiores (que devemos consumir em maior quantidade) e outros mais pequenos (que devemos consumir em menor quantidade) e, ao centro, a água, cujas necessidades podem variar de 1,5 l a 3 l por dia.
Todos os grupos de alimentos são importantes, mas no Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa temos uma maior estima pelo grupo dos laticínios. Não é por ser o maior, nem tão pouco o mais pequeno, é porque é o do leite, um alimento com uma extraordinária riqueza nutricional e benefícios para a saúde, que também é a matéria-prima de eleição das nossas soluções nutricionais. Para quem não sabe, o leite continua a fazer bem, com provas dadas em evidência científica e, sendo português, tem seguramente lugar numa dieta sustentável. É por tudo isso que o Dia Mundial da Alimentação também é um bom dia para se falar de leite.
Voltando à Roda, o leite faz parte do grupo dos laticínios, o qual está representado numa fatia que equivale a 18% do dia alimentar. Trocado por miúdos: é recomendado na dieta de crianças e adultos de todas as idades, na quantidade de uma a três porções diárias. É uma excelente opção ao pequeno-almoço e/ou aos lanches, juntamente com outros grupos de alimentos, como os cereais e a fruta. Mas também pode ser uma bebida desportiva, apresentando vários benefícios na recuperação física pós-exercício.
Leite – Benefícios para a saúde
A evidência científica aponta para um efeito neutro ou protetor do leite na saúde cardiovascular e diabetes, em adultos. Estudos em crianças e adolescentes sugerem que níveis de ingestão de cálcio ou de lacticínios mais elevados estão associados a uma melhor taxa de mineralização dos ossos – um trunfo para o futuro, já que um aumento de 10% no pico de massa óssea reduz em 50% o risco de uma fratura osteoporótica durante a vida adulta. Além disso, alguns estudos demonstram que o consumo de leite, mesmo o leite inteiro, não está relacionado com aumento de peso nas crianças, pelo contrário, parece estar relacionado com menor gordura corporal na infância.
É cada vez mais reconhecido que os efeitos do leite e dos produtos lácteos na saúde vão muito além dos benefícios individuais de cada um dos nutrientes que nos fornecem, sendo atribuídos à sua combinação única de nutrientes e fatores bioativos e à forma como interagem entre si, na matriz láctea.
A matriz láctea é complexa, sendo composta por água, proteínas de alto valor biológico (e péptidos ativos libertados durante a digestão das proteínas e/ou na fermentação de produtos lácteos), por lactose, por gordura láctea (uma gordura única e complexa, com cerca de 400 ácidos gordos diferentes), por diversos micronutrientes em boa quantidade, como riboflavina (vitamina B2), potássio, cálcio, fósforo, iodo e vitamina B12, entre outros.
Além de contribuir para a hidratação diária, o leite oferece uma boa relação entre nutrientes essenciais e calorias, o que faz dele um alimento de elevada densidade nutricional. E sabemos que uma alimentação rica em alimentos de elevada densidade nutricional é mais saudável, pois as calorias consumidas são ricas em nutrientes importantes para o funcionamento do organismo.
Não faltam razões para consumir leite
Com um histórico de consumo de milhares de anos, em pleno Dia Mundial da Alimentação de 2021, continuam a não faltar razões para consumir leite, desde logo pela sua extraordinária riqueza nutricional e benefícios para a saúde, acessível a todos e uma relação custo benefício ímpares. Com uma dimensão económica e social muito relevante para o país, o leite português tem seguramente lugar numa dieta sustentável, que é uma dieta culturalmente aceite, nutricionalmente adequada, acessível pela população, segura e economicamente justa, de acordo com a FAO.