O que é a pneumonia?
A pneumonia é uma infeção do aparelho respiratório, que resulta da inflamação das estruturas pulmonares, com atingimento dos bronquíolos respiratórios, unidades alveolares e tecido intersticial. É causada por bactérias, vírus e fungos. É frequente no inverno, nas idades inferiores a cinco anos e nos idosos. A apresentação pode variar desde doença ligeira e auto-limitada, a doença grave e fatal. Esta doença continua a matar cerca de 13 pessoas por dia em Portugal.
Os internamentos por pneumonia podem aumentar nas pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), insuficiência cardíaca, doença vascular cerebral, diabetes e obesidade.
A bactéria mais comum é o Streptococcus pneumoniae, mas poderão estar outras envolvidas como é o caso do Haemophilus influenzae e do Mycoplasma pneumoniae, que predomina nos jovens. Uma minoria de casos são provocados por vírus, os mais envolvidos são o Influenza e Para-influenza, assim como o Coronavírus. Estes podem contribuir para lesão do epitélio alveolar, disfunção das defesas naturais e conferir uma maior suscetibilidade à sobreinfeção bacteriana.
Como se transmite?
A transmissão dos microorganismos é normalmente através da inalação de gotículas respiratórias transmitidas por outras pessoas que tossem ou espirram. Pode resultar também da inalação de aerossóis (partículas de menor dimensão), assim como da aspiração de conteúdo da orofaringe.
Para evitar a proliferação do microorganismo invasor, o nosso organismo apresenta várias barreiras de defesa, que incluem os cílios nasais, o reflexo da tosse, a mucosa brônquica, e produção de muco, além de um sistema imunitário competente. A presença de um microorganismo a nível pulmonar ativa uma resposta inflamatória, que será responsável pelos sintomas da pneumonia.
Existem fatores de risco?
Qualquer pessoa pode ter uma pneumonia, mas existem condições que podem comprometer as defesas naturais do organismo e predispor à infeção, como o fumo do tabaco, o alcoolismo crónico, a toxicodependência a drogas injetáveis, infeção vírica recente do aparelho respiratório, doenças respiratórias crónicas das vias aéreas ou estruturais do pulmão.
O risco de doença grave pode aumentar quando o sistema imunitário está comprometido, como é o caso da infeção HIV ou pelo uso de certos medicamentos utilizados no tratamento do cancro, nos recetores de transplante de órgão ou de medula óssea e doenças auto-imunes.
Quais os sintomas?
A tosse é a principal manifestação, tipicamente com expetoração purulenta (com pus), pode ser acompanhada de dificuldade respiratória, dor ao respirar e febre, com mal estar e arrepios. É frequente a perda de apetite e o cansaço.
Como se diagnostica?
O diagnóstico é feito pelos sintomas, pelo exame físico realizado pelo médico, como por exemplo, as alterações na auscultação pulmonar. Análises ao sangue com aumento de parâmetros inflamatórios e alterações na radiografia do tórax. Podem realizar-se exames microbiológicos do sangue ou da expetoração, para identificação do agente infeccioso.
Como se trata?
O tratamento é feito com antibiótico e a sua escolha baseia-se no microorganismo mais provável atendendo ao contexto epidemiológico e estado de gravidade do doente. É importante realçar que apenas o médico deve prescrever o tratamento, que será adequado a cada caso específico.
É possível prevenir esta doença?
No que diz respeito à infeção e à mortalidade por pneumonia, a vacinação é um método preventivo eficaz.
Temos a vacina contra o vírus influenza, a mais vulgarmente chamada vacina da gripe, e uma vez que o Streptococcus pneumoniae é ainda responsável pela elevada morbilidade e mortalidade em Portugal, a Direção Geral de Saúde definiu, nos adultos, os grupos de risco para doença invasiva pneumocócica para quem está recomendado um esquema vacinal específico.
É importante a cessação tabágica e medidas gerais que incluem o distanciamento social, superior a 90 cm, assim como a utilização da máscara cirúrgica, deste modo evitando a transmissibilidade da doença.
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