Quando as crianças têm uma boa relação com os avós, os benefícios vão muito além de bolos caseiros ou bons presentes de Natal. Um novo estudo, publicano na revista científica Child Development, revela que as crianças que passam tempo de qualidade com os seus avós têm uma probabilidade menor de terem opiniões baseadas em discriminação etária sobre outras pessoas.
Investigadores da Universidade de Liege, na Bélgica, estudaram 1,1150 crianças na parte francófona no país, com idades entre os 7 e os 17 anos. Os especialistas perguntaram-lhes o que pensam sobre idosos e envelhecer, no geral, bem como o que sentem em relação aos seus avós, como estes passam de saúde e, por fim, quantas vezes interagem com eles. A conclusão? As crianças que passavam tempo de qualidade com os avós tinham as opiniões mais favoráveis sobre idosos.
“O fator mais importante associado aos estereótipos etários era a fraca qualidade de contacto com os avós,” explica a investigadora responsável, Allison Flamion, num comunicado de imprensa. “Pedimos às crianças que descrevessem o que sentem em relação a verem os seus avós. Determinou-se que aqueles que se sentiam infelizes tinham contacto de má qualidade,” continua. “No que diz respeito a pontos de vista discriminatórios, concluímos que a qualidade do contacto tinha mais relevância que a frequência.”
De salientar que este estudo foi conduzido na Bélgica, portanto pode não se aplicar a crianças de todo o mundo. Contudo, demonstra quão importante é o a interação de qualidade entre duas gerações.
“Para muitas crianças, os avós são o seu primeiro e mais frequente contacto com adultos mais velhos,” diz Stephane Adam, coautora do estudo. “As nossas conclusões apontam para o potencial de os avós fazerem parte de programas intergeracionais pensados para prevenir a discriminação etária.”