A depressão pós-parto não é brincadeira.
A condição afeta entre 5 a 18% das mulheres nas sociedades industriais, e até 30% nos países em desenvolvimento. A pior parte é que os estudos indicam que nos lares em que a mãe sofre de depressão, há menos há menos coesão, afeto e expressividade, e mais conflito e rigidez.
Contudo, as investigações científicas também mostram uma luz ao fundo do túnel. Por exemplo, investigadores da Universidade Bar-Ilan em Tel Aviv, Israel, concluíram que uma relação forte entre pai e filho pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da depressão materna.
Os autores estudaram um grupo de mulheres cronicamente deprimidas durante o primeiro ano após estas darem à luz e, novamente, quando as crianças faziam seis anos. Os resultados? As mães deprimidas estavam menos sintonizadas com as necessidades dos filhos e muito mais propensas a impor a sua própria agenda, bem como a assumir tarefas que as crianças poderiam desempenhar de forma independente. Essas mães também ofereciam poucas oportunidades para o engajamento social da criança, portanto a unidade familiar era menos coesa, harmoniosa e colaborativa.
Contudo, quando os pais eram capazes de agir de maneira sensível e não intrusiva, e de envolver os seus filhos socialmente, “atenuam o transbordar da depressão materna para o ambiente familiar,” explica Ruth Feldman, autora do estudo.
Feldman sublinha que, à medida que os registos de depressão aumentam de década para década, é primordial que os companheiros tomem atenção à sua participação e estilo de parentalidade para melhorarem os seus papéis enquanto ‘amortecedores’.