A mulher que tornou as festas de revelação de género populares teve o seu próprio momento de revelação.
É difícil identificar quem inventou este tipo de celebração, mas uma das primeiras pessoas a documentá-las foi a blogger Jenna Karvunidis. Em 2008, quando esperava o primeiro filho, cortou uma fatia de um bolo em forma de patinho de borracha, revelando o recheio cor-de-rosa entre as camadas brancas. Já não havia dúvidas: vinha aí uma menina.
A festa tornou-se tendência. Aliás, chegou mesmo a ficar fora de controlo, sendo que alguns futuros pais já puseram as suas (e outras) vidas em risco para protagonizar o momento de revelação mais original. Contudo, para Karvunidis, o verdadeiro perigo está em pressionar os bebés com uma construção social antes de eles nascerem.
“O que importa o género?” escreveu numa publicação viral.”Atribuir foco ao género ao nascer deixa de lado muito de seu potencial e talentos, que não têm nada a ver com o que está entre as pernas.”
A outra grande revelação é que a filha celebrada naquela festa em 2000 é não binária.
“Reviravolta: a primeira festa de revelação de género foi para uma menina que usa fatos!”
“Fico feliz por as festas de revelação de género trazerem alegria a algumas pessoas, mas essa alegria é às custas de pessoas não binárias e transexuais,” disse Karvunidis ao HuffPost. “Mesmo que digamos que um problema não nos afeta pessoalmente, todos devíamos ser humanos o suficiente para perceber que não queremos causar dor a pessoas marginalizadas para nos sentirmos bem.”
Numa entrevista mais recente, para o site da revista ‘Elle‘, Jenna diz que se sente como “o tipo que inventou a pólvora. Ele não sabia que seria usada na Guerra Civil.”