Poucos de nós conseguem fazer uma pálida ideia do sofrimento físico e das dificuldades com que se debatem os doentes crónicos, acamados, incapacitados, e com prognósticos de vida reduzido, ou conhecerão o desgaste emocional e físico dos familiares que os têm a seu cargo. É destes doentes que trata a Equipa de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas, liderada e gerida por Isabel Neto, de 42 anos. Este grupo pioneiro trabalha 24 horas por dia, 365 dias por ano, prestando cuidados de saúde e higiene gratuitos ao domicílio. Para beneficiarem deste serviço, os pacientes precisam de ser utentes do centro de saúde de Odivelas e estarem dependentes.
A equipa integra 18 membros: duas médicas, oito enfermeiras, uma terapeuta ocupacional, uma fisioterapeuta, uma psicóloga, uma assistente social e três auxiliares, assistidos, ainda, por dois socorristas da Cruz Vermelha. Quase todos os elementos fazem trabalho voluntário, em regime total ou parcial. Pouca gente para o volume de trabalho, garante a nomeada – cada enfermeiro chega a fazer 15 visitas num dia.
Isabel Neto criou o projecto há sete anos, por ter consciência "que as necessidades dos doentes e famílias não param." Esta enérgica médica, com especialização em Medicina Geral e formação em cuidados paliativos, já condecorada pelo Presidente da República, sabe que o seu trabalho é duro, mas adora o que faz. "Temos que perceber o privilégio que é partilharmos momentos únicos com estes doentes e famílias, para o bom e para o mau. Participamos na vida deles, não mudamos o Mundo, mas mudamos o mundo de algumas pessoas. E, quando penso nisto, sei que o meu trabalho tem importância."
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