De origem canadiana mas residente em Portugal há 17 anos, Lynne dedicou os últimos seis à luta contra o cancro da mama. A ideia de fundar uma associação surgiu após uma amiga ter falecido com a doença, em 2000: "Ficar triste era inútil. Precisávamos de fazer alguma coisa." O sucesso da Laço, que tem como objectivo promover o diagnóstico precoce desta doença junto da população feminina, mede-se pelo número surpreendente de mulheres que fizeram o rastreio do cancro da mama – mais de 50 mil – nas três unidades móveis e uma unidade fixa que a associação adquiriu.
Um número que respeita apenas a mulheres de zonas rurais do Sul do País, que, segundo Lynne, "têm medo de falar sobre o assunto e não agem, porque para elas não é uma prioridade fazer uma mamografia". O trabalho da Laço é desenvolvido em colaboração com o Programa Nacional de Rastreio da Liga Portuguesa contra o Cancro e com a equipa Vencer e Viver. "No início, falámos com as associações para saber o que já existia. E o mais importante era angariar dinheiro para comprar mais unidades móveis." Mas Lynne deu-se rapidamente conta da importância de sensibilizar todas as mulheres portuguesas para a prevenção do cancro da mama, apesar de o programa de rastreio não incluir Lisboa e Porto, "onde vivem 50% das mulheres portuguesas".
Em 2004, a associação criou um spot televisivo e uma campanha de imprensa e preparou ainda a campanha de venda de T-shirts ‘Cancro da Mama no alvo da Moda’, lançada este ano para ajudar à divulgação das acções da associação. Lynne espera também, com estas campanhas, melhorar a informação que as mulheres têm sobre o cancro da mama, vê-las a marcar mamografias e a perder o medo. "Temos de comunicar a ideia de que prevenir e tratar é melhor do que morrer!"