"As pessoas dão atenção às crianças deficientes mentais mas esquecem-se de que elas crescem e depois ninguém lhes liga." Maria Antónia Machado, 62 anos, procura dar aos utentes do centro a que preside uma vida digna. Por isso aposta na integração social através da formação profissionalizante: o projecto ASAS.
A cerâmica é a actividade desenvolvida por alguns utentes, que no futuro irão assistir à venda das suas obras de arte numa loja perto da associação. Situada num bairro social da Ameixoeira, que ainda não tem ‘morada’, a Cedema acolhe diariamente 25 pessoas com variadas deficiências, desde síndrome de Down a autismo, e tem um centro de actividades ocupacionais. "A Cedema quer ir buscar o que cada um tem de melhor e vê na arte um importante meio de expressão", revela Maria Antónia. Daí que pintura, teatro, fantoches e dança encham o espaço da associação de vida e cor.
Para além do centro de actividades ocupacionais, que desenvolve actividades artísticas, a Cedema tem ainda um lar com seis camas e dá apoio domiciliário às famílias, para que estas evoluam na sua relação com os parentes deficientes mentais. Maria Antónia Machado integra o projecto há dez anos e sonha com o futuro espaço, em Odivelas. Nele, "os pais irão poder acabar os seus dias perto dos filhos. Estas pessoas devem manter-se juntas até ao fim". O interesse da presidente da Cedema por esta área, ou a sua "vocação", como lhe chama, descobriu-a quando o primeiro filho nasceu com síndrome de Down. "O seu nascimento teve um grande impacto, mas, em retrospectiva, foi a melhor coisa que me podia ter acontecido. O meu filho é uma pessoa fora de série."
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