Apoiar as reclusas e promover a sua integração na sociedade foi o objectivo principal das 20 voluntárias iniciais, que em 1999 conseguiram transformar a Associação Dar a Mão em IPSS (instituição particular de solidariedade social). "As nossas prisões são punitivas e o nosso sistema prisional deveria ser de reinserção e não de punição. Nós procuramos ser a ponte que permite aos reclusos terem uma inserção mais eficaz." É assim que Teresa Roque de Pinho, 63 anos, fala sobre a necessidade e o sentido do seu trabalho.
Como o pai e o tio faziam voluntariado em prisões, entrou num destes estabelecimentos pela primeira vez aos 16 anos. Passados muitos anos, em 1985, a ideia de prestar auxílio voluntário aos reclusos surgiu-lhe como um modo alternativo de vida viável. A forte influência familiar e a procura de uma causa espiritual levaram-na a dedicar-se ao voluntariado no Estabelecimento Prisional de Tires, local onde criou uma estrutura de apoio mais organizada aos reclusos e seus familiares. "Há uma necessidade de afecto muito grande por parte daquelas pessoas, muitas vezes precisam apenas de ter alguém ali ao pé a ouvi-las."
Esta associação sem fins lucrativos sobrevive através da boa vontade e de donativos. As voluntárias procuram preparar as reclusas para a integração na sociedade, ensinando-lhes vários ofícios em colaboração com os quadros da instituição prisional. O regresso à vida activa pressupõe a parceria e apoio de várias estruturas sociais, como o centro de emprego. É ainda necessário proporcionar habitação, escola, creche para os filhos, documentação e até mesmo comida. "Uma prisão infantiliza, tira o poder de decisão das pessoas, que ficam habituadas a que pensem por elas."
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