Dos 150 metros quadrados reabilitados e reconvertidos em loft pelo ateliê Verse Design (versedesign.com) 14 correspondem à cozinha. O facto de antes aqui funcionarem as arrecadações de um edifício da época pombalina, e de não ser um espaço habitado, levou a uma corrosiva degradação. A proliferação de ‘áreas podres’ ditou a descarnação integral dos interiores. Nesse processo, numa das paredes, e na zona onde mais convinha situar a cozinha, evidenciou-se um pilar estrutural. Não o podendo demolir, houve que tirar o máximo partido desta dificuldade. Foi, assim, aproveitado para alicerçar um tampo em MDF, forrado a preto, que dá continuidade à bancada de trabalho da cozinha.
Dada a área reduzida da cozinha, a gestão do espaço teve de ser organizada ao mais ínfimo pormenor. A cozinha ficou assim dividida em três zonas principais: uma parte funcional, para preparação e confecção dos alimentos; um espaço de refeição, circulação e utilização global (loiças, máquina café, etc.) e zona de arrumos. E é precisamente nesta zona de arrumos que reside outra particularidade do projecto, pois não só resolve a necessidade de arrumação geral e armazenamento de elementos fixos como o termoacumulador, como determinou a elevação do pé direito, na parte útil, por forma a rentabilizar cada metro quadrado. Com a criação deste espaço, para além de se atingir 1,90m (pé direito) na zona funcional, facilitou-se a circulação e viabilizou a existência de mais um lugar útil, sentado, na zona de refeições.
Aproveitando uma pequena entrada de luz (telha de vidro) foi criada uma janela de forma a projectar luz natural para o espaço interior e promover a circulação de ar.