
As pessoas adoram redes sociais. Esta é a conclusão óbvia a retirar dos 900 milhões de usuários ativos do Facebook. A explicação mais elementar na raiz deste sucesso parece ser a necessidade humana de interagir com o outro, mas uma nova pesquisa da Universidade da Geórgia encontrou o que as pessoas realmente “gostam” nas redes sociais: eles próprios.
“Apesar do nome ‘redes sociais’, a atividade do usuário é autocentrado “, disse Brittany Gentile, uma das investigadoras da Universidade da Georgia, que examinou os efeitos das redes sociais na autoestima e no grau de narcisismo.
Gentile, juntamente com o professor de psicologia Keith Campbell, pediram a estudantes universitários para editar a sua página no MySpace ou Facebook. Aqueles que editaram a sua página no MySpace tiveram resultados mais altos no índice de narcisismo, enquanto aqueles que passaram mais tempo no Facebook tiveram resultados mais elevados em termos de autoestima.
“A edição e construção de si mesmo nas redes sociais, mesmo que seja por um curto período de tempo, tem um efeito a nível da forma como nos vemos a nós mesmos”, explicou Campbell, que dirige o departamento de psicologia na Universidade de Georgia e é coautor do livro “A epidemia de narcisismo: Living in the Age of Entitlement”´
As diferenças no formato das duas redes sociais podem ajudar a compreender os motivos porque o MySpace levou a maiores índices de narcisismo enquanto Facebook apenas produziu maior autoestima.”Os dois locais funcionam de forma diferente”, disse Gentile. “No MySpace os usuários não interagir com outras pessoas. As páginas parecem-se com sites pessoais, e várias pessoas tornaram-se famosos no MySpace, enquanto o Facebook tem um perfil padrão e está condicionado por uma mensagem da empresa segundo a qual partilhar irá melhorar o mundo”.
Vários estudos anteriores encontraram aumentos ao longo das gerações, tanto nos níveis de autoestima como de narcisismo.
“Os sites de redes sociais são um produto e uma causa de uma sociedade que é egocêntrica”, disse Campbell. “O narcisismo e autoestima começaram a crescer na década de 1980. Mas as redes sociais não deve ser vistas como uma resposta à construção da autoestima, disse Campbell. “Idealmente, esta deve ser construída através de relações fortes e do alcance dos nossos objetivos; não é algo que deva ser encontrado através de atalhos: é uma consequência de uma boa vida, não algo que se procura.”