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Desempregada aos 40: voltarei a trabalhar?
Se depender de Carlos Ferrão, sim! Carlos, 37 anos, funcionário da Google a trabalhar no Reino Unido, fica chocado sempre que vê os anúncios de emprego em Portugal a pedirem pessoas com ‘menos de 35 anos’. “Moro num país onde não é permitido discriminar por idade nas candidaturas para um emprego. Sei que dificilmente arranjaria emprego em Portugal ou poderia sequer responder a um anúncio. Mas quem é bom no que faz aos 35, continua bom aos 45, aos 55.” Foi para ajudar a criar emprego ‘sénior’ que criou ‘Os Incríveis’, “uma empresa com dois objetivos sociais: por um lado, ajudar reformados e desempregados de meia idade com experiência a nível médio e superior a terem uma vida ativa, e, por outro lado, oferecer serviços de consultoria de alta qualidade ao setor da economia social em Portugal.” Ainda está numa fase de investimento mas o plano é lançar um piloto no 2.º semestre de 2014.
Como posso reconsquistar o meu marido?
Siga os conselhos das narradoras de audiolivros eróticos e reconquiste-o com a sua nova ‘voz de cama’: fale mais devagar e suavize as palavras, torne-as mais ‘aveludadas’. Para treinar, pegue num gravador e treine muito. Depois de atingir o ponto, faça um teste e telefone-lhe (mas quando nenhum dos dois estiver a conduzir, sim?), até pode ser do seu quarto para a sala (num dia em que não esteja a dar o Chelsea-Real Madrid). E que tal ler-lhe um excerto de um livro erótico com aquela voz sexy que andou a treinar? Para o ajudar a imaginar a cena que está a ler é melhor deixar o pijama de flanela para outro dia, escolha algo mais… destapado.
Porque não consigo dar-me bem com a minha família?
“Em 1968, quando andava a varrer o chão da barbearia onde trabalhava, sonhava em ter a família ideal. Se tivesse sorte, teria uma mulher perfeita, filhos perfeitos… mas a vida não me deu nada disso e acabei por ter este bando de desgraçados… e dou graças a Deus por eles todos os dias. Bem, quase todos os dias!”, diz Jay Pritchett na série ‘Uma Famíia Muito Moderna’. Quem conhece a série sabe que não há episódio em que não falta faísca entre as personagens, mas nada que uma conversa franca e honesta não consiga ‘apagar’.
Como posso tornar-me mais otimista?
As pessoas positivas vivem mais 7 anos e meio que as pessimistas. Se tem tendência para o lado negro da vida, anime-se, pois é possível ter uma personalidade mais aberta e parar de culpar os pais ou a genética por essa tendência pessimista.
Numa reportagem da série da BBC ‘Horizon’, o jornalista britânico Michael Mosley fez uns testes que revelam o que já suspeitava: era um pessimista militante. Para ver se consegue alterar um traço tão marcante da personalidade, resolve experimentar duas técnicas defendidas por especialistas que não só diminuem o stresse como podem torná-lo mais otimista: CBM (Cognitive Bias Modification), em que tem de olhar, durante largos minutos, para várias séries de 16 caras num computador e clicar na única sorridente. A ideia é treinar o lado positivo.
A segunda técnica é a meditação. A tarefa do jornalista foi de praticar o CBM e meditar 10 minutos todos os dias, durante 8 semanas. Depois deste período voltou a fazer o mesmo teste ao cérebro, que o revelou pessimista mas surpreendentemente verificou-se que a sua maneira de pensar já estava mais otimista. Além disso, o jornalista britânico, surpreendido com os resultados, confirmou que se sentia melhor e que as suas insónias diminuíram bastante. Quer experimentar? Tem de ser disciplinada e tirar 10 minutos do seu dia para fazer meditação, sem interrupções (apenas concentrar–se na respiração e esvaziar a sua cabeça de qualquer pensamento) e executar a técnica CBM. Procurar as caras sorridentes em: baldwinlab.mcgill.ca/labmaterials/materials_16fa_c_80BBC.html
Se adoro o meu namorado, porque tenho um fraquinho por maus rapazes?
“A falta de sexo nas relações estabelecidas tem tipicamente a ver com a dificuldade em se mudar do registo quotidiano para o registo erótico. As mulheres reconhecem o poder de atração dos homens afáveis, carinhosos e comunicativos, mas não podem negar a forte atração sexual por bandidos cruéis que fogem para outro continente depois de fazerem amor. É a sua indisponibilidade emocional e, por conseguinte, o poder de não terem de ser testemunhas da nossa vulnerabilidade [que são sedutoras]. O sexo pode ser uma atividade demasiado privada para se praticar com uma pessoa que conhecemos bem e que temos de ver a toda a hora.” Alain de Botton em ‘Como pensar mais sobre sexo’, Leya
Preciso de me sentir mais útil, mas como?
Porque não fazer voluntariado? Ajuda os outros e também se ajuda a si próprio. Um estudo da reputada Universidade Carnegie Mellon, com indivíduos de idade superior a 50 anos, revelou que aqueles que dedicavam algum do seu tempo a fazer voluntariado regularmente eram mais saudáveis que os outros. Verificou-se menor propensão para tensão arterial elevada, menos problemas cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Pondere bem essa decisão, sem pressas, analise a sua disponibilidade real e qual a melhor solução para si. Depois, escolha uma causa a que se possa dedicar de alma e coração: crianças, idosos, animais…
Existe algum exercício milagroso que me ajude a perder peso?
E se lhe disserem que basta 2 minutos e meio por dia para a ajudar a ficar em forma? Um estudo realizado pela Universidade do Colorado conclui que um treino diário de 2 minutos e meio pode levar a que perca mais 200 calorias ao longo do dia. Pegue na bicicleta estática, regule-a para a máxima resistência e pedale o mais rápido que puder durante 30 segundos. Pedale devagar 4 minutos com o mínimo de resistência (estes não contam). Repita 5 vezes.O seu metabolismo vai queimar mais calorias que o normal. Veja televisão e pedale, mas não o Masterchef, prefira a VH1.
Vivo a vida enquanto posso ou é melhor poupar?
Lá dizia o outro (Aristóteles) que no meio é que está a virtude. Saia com amigas que tenham bons hábitos de consumo, que resistam ao ‘chapa ganha chapa gasta’. Para conseguir poupar e ter alguma vida social é preciso ser um pouco criativa, sincera com os amigos e organizada, não há milagres. Ajuda se tiver objetivos claros: quero comprar umas botas da marca x, preciso de um casaco, quero ir de férias para ………. (preencha o espaço). Pegue em envelopes ou no velhinho porquinho mealheiro e comprometa-se a fazer pagamentos regulares… devagar se vai ao longe. Faça jantares em casa e peça às amigas para trazerem vários ingredientes, bebidas, sobremesa. Se o cinema é demasiado caro, faça uma sessão caseira, alugue no videoclube e peça para trazerem as pipocas e bebidas. Não combine encontros em cafés, prefira os jardins e, enquanto espera, leia (a ACTIVA por exemplo). Tem roupa, bijutaria, sapatos praticamente novos, mas com os quais já não se identifica? Faça uma venda de garagem e ponha aquilo que já não quer em saldos (a preços apelativos).
Como não deixar que o meu trabalho me enlouqueça?
“Atualmente, os trabalhadores têm de interromper o que estão a fazer pelo menos 7 vezes por hora, seja por telefone, emails, mensagens internas ou por outros pedidos de colegas. Além de comprometer a fluidez do seu trabalho e ter de repensá-lo constantemente, há ainda o clima económico e as reestruturações constantes das empresas, que fazem com que os empregados encarem o futuro com grande incerteza. O que fazer? Primeiro que tudo, se só de ler isto já está irritada, respire fundo. Inspire lentamente e expire pela boca, como se estivesse a soprar por uma palhinha. Faça isto várias vezes. É como se estivesse a tocar num botão de ‘pausa’. Faça isso cada vez que sentir que o seu nível de stresse vai aumentar. Não reaja logo. Pense e respire antes de contra-atacar. Não é uma supermulher e tem vida fora do escritório, portanto, se rentabiliza bem o tempo de trabalho, dá as prioridades certas, chega a horas e não se perde em conversas inúteis e no Facebook, não se culpe nem stresse só para agradar aos outros”, aconselha Sharon Melnick, psicóloga e também autora do livro ‘Success under stress’ (sucesso sob stresse).
Sempre que começar a sentir que está a perder o controlo, faça uma pausa de dez minutos. Retire-se e procure um local onde possa estar em silêncio, para fazer reset ao seu cérebro. Se não o consegue fazer no trabalho, faça-o em casa, para poder ‘esvaziar-se’ das preocupações e stresse daquele dia. Concentre-se na sua respiração e nas reações do seu corpo e elimine todo o tipo de pensamentos. Pode parecer demasiado hippie para o seu gosto, mas não custa tentar.
Porque me sinto culpada de tudo? Por não dar atenção suficiente aos meus filhos, por não ter sexo todos os dias, por não ligar às amigas…
“Um estudo espanhol, publicado no Jornal Espanhol de Psicologia, concluiu que as mulheres são mais susceptíveis a sentirem-se culpadas do que os homens. A culpa é uma coisa má, envenena a vida, enfraquece as resoluções. A professora de psicologia Itziar Etxebarria, da Universidade do País Basco, que conduziu este estudo com 360 homens e mulheres, diz que ‘a pesquisa revela a necessidade para práticas educativas e medidas sociais para reduzir a tendência para a culpa nas mulheres e promover maior sensibilidade interpessoal nos homens’. As mulheres sentem mais culpa que os homens, não por causa de alguma anomalia cromossómica estranha, mas porque têm todo um historial por trás de serem culpadas pelo comportamento de outras pessoas. Se te batem é porque chateaste alguém, se foste violada é porque excitaste alguém, se o teu filho é um toxicodependente é porque o educaste mal… Até as mulheres se recusarem a sentir vergonha pela forma como os outros as tratam, não poderão ter esperança em alcançar o estatuto completo como ser humano.” Germaine Greer, jornalista, escritora e feminista
