Hoje, depois de muito refletir, decidi puxar a baquet 1,5cm para a frente, subir um pouco o volante, calçar as botas velhas e pendurar o camel bag nas costas do meu banco… Mesmo que não vá muito bem e corra o risco de estragar.
Com isto consegui ter braço com tamanho suficiente para engrenar as mudanças, consegui ver o número da mudança que tenho engrenada no painel de instrumentos (sempre são desasseeis no total), os pés deixaram de escorregar no tapete, e consegui agarrar o tubo da água para o meter na boca sem ter de lutar para o conseguir, desconcentrando-me da condução. No fim da etapa estava completamente vazio o que quer dizer que, sem dar por ela, bebi quase três litros de água e a bexiga manteve-se todo o tempo completamente vazia. É que a temperatura hoje subiu aos 41 graus centígrados e não tenho ar condicionado no camião! Também forrei o tubo do rollbar com um bocado de borracha esponjosa e assim já não corro o risco de partir o capacete cada vez que lhe bato com a cabeça.
Apertamos a mola do amortecedor de cabine e demos mais uns cliques num dos botões de afinação. Demos mais um clique na afinação do amortecedor das rodas e, com estes pequenos toques o camião ficou a parecer outro.
Hoje senti-me bem ao volante. Acho que já me adaptei e fiz uma boa etapa sem qualquer problema. Passamos bem as dunas e acelerei o mais possível.
O único mau estar resulta ainda de uma costura que o fato de competição tem atrás e que me faz um buraco nas costas em cada rali. É incrível como os mais pequenos pormenores fazem tanta diferença!