Quando a ante-estreia de Solum termina no Cinema de São Jorge, em Lisboa, e Diogo Morgado sobe ao palco para as habituais queixas às faltas de apoio à produção cinematográfica, deixa claro que o filme tem debilidades: “as coisas que estão mal neste filme podiam ter sido resolvidas com dinheiro, as que estão bem, o dinheiro não paga”. Lamentações à parte, o conhecido ator português diz que filme que acabou de realizar é “esquisito”. E Diogo Morgado tem razão. Solum é um filme mesmo muito esquisito.
Numa ilha paradisíaca, oito pessoas são deixadas à sua sorte e começamos por perceber que são participantes de um reality show cujo grande objetivo é ser o último a desistir. Os concorrentes têm que conseguir a sua própria comida, lugares tranquilos para passarem a noite e, o mais dificil, sobreviver dias a fio para se tornarem os grandes vencedores. Onde é que nós já vimos isto?
Nesta fase inicial, o filme que se assume como ficção científica parece não trazer nada de novo, mas a verdade é que à medida que a história se vai desenrolando percebemos que a obra de Diogo Morgado e do irmão, Pedro Morgado, pode ter uma densidade interessante, introduzindo questões relacionadas com as alterações climáticas e até com uma espécie de seleção natural da humanidade capaz de viver num planeta destruído às mãos do ser humano.
Com o próprio Diogo Morgado como protagonista e Darwin Shaw, Catarina Mira, Gonzalo Ramos, Francisco Froes, Carlos Carvalho, Maria Botelho Moniz, Luis Lourenço, Ana Ludmilla e Cláudia Semedo, Solum já está em exibição em diversas salas espalhadas pelo país.