Quando Eric Wagner comprou o ‘Ámen’ há seis anos, não tinha como imaginar que um dia o barco iria responder (literalmente) às preces de alguém.
Em abril passado, Wagner e a sua tripulação estavam a bordo do iate, numa viagem entre a Florida e Nova Jérsia, quando ouviram um “grito desesperado” entre o som dos motores, do vento e das ondas. Como estavam um pouco afastados da costa, o proprietário pensava que era apenas uma impressão.
“Foi surpreendente que os tenhamos ouvido. Especialmente quando estavam a quase 200 metros de distância,” disse. “Mas definitivamente ouvimos um grito, e foi por isso que resolvemos procurar.”
O grupo desviou-se da rota e aproximou-se o suficiente para atirar coletes salva-vidas e uma corda.
“Pareceu uma eternidade,” acrescentou Eric.
Tyler Smith e Heather Brown, ambos com 17 anos, tremiam descontroladamente e mal conseguiam falar. Mais tarde, disseram à estação televisiva WJAX que estavam na água há quase duas horas quando foram resgatados. Os adolescentes tinham ido dar um mergulho a Vilano Beach para celebrar o senior skip day, uma tradição em todas as escolas americanas em que a maioria dos finalistas falta às aulas na primeira segunda-feira após o baile de finalistas, e foram arrastados pela corrente. Cada vez mais fracos e com medo de não sobreviver, decidiram começar a rezar.
“Eu gritei: ‘se realmente tens um plano para nós, por favor, simplesmente envia qualquer coisa,'” contou Smith.
Foi aí que viram o ‘Ámen’.
“As primeiras palavras que me saíram da boca [quando foi resgatada] foram ‘Deus é real,'” afirmou Brown.
Eric Wagner pensou que os jovens estavam com hipotermia, portanto cobriu-os com toalhas, cobertores e edredons, e deu-lhes água aquecida no micro-ondas.
“Passados 10 minutos, eles estavam de volta ao normal e a falar normalmente,” revelou o dono do barco.
O passo seguinte foi avisar a guarda costeira, que colocou a dupla num barco de resgate cerca de 30 a 40 minutos após chegar. Wagner explicou que o ocorrido fortaleceu a sua fé.
“Eram demasiadas coincidências, na minha opinião, para ser coincidência. Acredito mesmo que foi intervenção divina. Não tinha nada que ver comigo. Simplesmente fui posto no lugar certo à hora certa e fiz algo que qualquer outra pessoa teria feito.”
Wagner confessou que planeava mudar o nome do barco, mas isso agora está fora de questão: “vou manter o nome Ámen para sempre.”