Diz que dorme pouco e sonha muito. Ao ver a rapidez e a fluidez com que o Chef Rui Rebelo, responsável pelo restaurante Oficina do Duque, fala sobre o seu novo espaço, é fácil compreender isso. E também se torna óbvio que a proximidade com as pessoas é algo que o move na sua forma de estar na vida. Por isso, quando lhe perguntámos sobre a essência deste novo espaço, batizado Oficina Craft Snackery, a sua resposta foi pronta: “Quero estar mais ao pé dos clientes. Fazer um restaurante de bairro, no bairro onde eu cresci. É onde respiro melhor. Chego aqui, dá para conversar, há toda uma predisposição de bem-estar, ainda é um laboratório e sala de pesquisa, onde dá para recriar receitas, obrigar-me a ir aos livros.” Além disso, o conceito é desafiante: deixar os talheres no armário. Tudo é para ser comido à mão, enquanto saboreia um craft cocktail, um vinho biológico ou uma cerveja, com destaque para a artesanal de fabrico próprio do chef.

“Aqui vamos experimentar, desafiar. Os clientes são quase cobaias porque ainda temos tempo para conviver.” E o mote é estar à vontade: “Quem vier beber um café pode beber, quem quiser beber um cocktail, está à vontade e quem quiser beber 10 cocktails, por favor venha. Se houver mesa, senta-se.” Tão simples quanto isso.

Mas nem só de beber vive este espaço. Na carta, destacam-se os croquetes de lulas com tinta de choco, pipocas com foie, pernas de frango em tempura da Índia, tiras de barriga de porco crocantes, sandes de rabo-de-boi, a couve flor – um prato vegerariano que é a exceção à regra no uso de talheres pois, como explica Rui, vem com uma faca de carne de hambúrger -, pipocas com pó de queijo parmesão, torricado de sashimi de sarrajão e kimchi de legumes.

E que o tom ‘informal’ do Craft não gere confusões, principalmente junto de quem conhece o primeiro projeto de Rui. “Nós aqui temos uma comida tão cuidada no mínimo como na Oficina. Respeitamos tanto a tapa como a refeição. Por exemplo, as pernas de frango são marinadas 12 horas e cozidas a 64 graus durante mais de uma hora. No caso do rabo-de-boi, um dos nossos bestsellers, não é um subproduto, é um produto com a mesma qualidade do da Oficina, apenas apresentado de forma diferente. Não tenho menos exigência aqui do que lá em cima.”, faz questão de realçar o chef, que se insurge também contra o discurso politicamente correto de valorizar o que é nosso só porque sim. “Faço questão de privilegiar os bons produtores, sejam nacionais ou não. Para mim há bom e mau, não há o português, o francês, o italiano. Que prefiro português, sem dúvida, mas entre uma coisa má portuguesa e boa estrageira, não tenho duvidas – escolho a estrangeira.”

A qualidade é a mesma da Oficina do Duque, mas aqui o espírito é diferente. “Estou a redescobrir o prazer de cozinhar e de improvisar.” Porque o chef da Oficina do Duque não tem pudor em contar que é “corrido” da sua própria cozinha. “No outro dia coloquei uma tábua na bancada para começar a picar uma romã, o telefone tocou e fui atender, e não é que, quando voltei, tinha tudo limpo e as romãs arrumadinhas – estilo ‘baza, estás aqui a destabilizar’? Quando a minha equipa me vê a entrar na cozinha, espalham coisas na bancada para eu não parar muito por ali. Estilo ‘não inventes’”.

Por agora, explora à vontade no Craft Snackery, que vai além de um sítio para comer e beber e assume o nome na totalidade: ceramistas a vender as suas peças, música ao vivo, com a janela aberta, hip-hop ao vivo com vinho do Porto, pequenos workshops de técnicas de tecelagem são algumas das atividades que vão nascer ali. “Queremos ter atividades que pareçam ridículas porque a ideia é viver o ‘craft’. Tenho uma premissa na Oficina que é ‘o ordinário é extraordinário’ e é este princípio que eu quero continuar a passar: nem tudo precisa de ser caro para ter valor.”

Em abril, vai haver também pequeno-almoço. Mas atenção, que o chef não vai em modas. Quando se pergunta o que vamos encontrar, responde com apenas uma certeza: “Não vamos ter pera-abacate.”  O motivo? “É uma embirração contra a padronização do sistema. São duas palavras que me fazem comichão. Para mim um pequeno almoço é pão caseiro, sumo de laranja e espumante.”

Para já, pode passar por lá a partir das 17h30 e conhecer este novo filho do mentor da Oficina, que nos faz lembrar as velhas tascas de Lisboa, com um ambiente descontraído de portas abertas para a rua. E de segunda a sexta-feira, até às 19h30, qualquer pessoa pode desfrutar da oferta de uma craft beer da casa, a cerveja Extraordinária, na compra de duas.

A Oficina Craft Snackery Duque fica na típica Rua do Duque, 31, e está aberta todos os dias, das 17h30 à meia noite.

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