Todos conhecemos a história de “Alice no País das Maravilhas”. Quer seja pelo livro de Lewis Carroll, publicado em 1865, quer pelas muitas adaptações que tem sido feitas desde então. Alice é sempre apresentada como a menina curiosa, símbolo da infância ingénua que explora um mundo completamente novo. Quem ouve falar da experiência imersiva que está instalada em Cabo Ruivo, Lisboa, pode pensar que vai deparar-se com uma peça inspirada neste mundo de fantasia. Por um lado terá razão, mas por outro estará completamente enganado. Confuso? Vou explicar.

“Alice – O Outro Lado da História” vai à origem. Vai ao como o livro foi escrito, à inspiração, à polémica criada, aos rumores escandalosos, às consequências terríveis. Vai à verdadeira Alice, aquela que inspirou a menina que, numa tarde aborrecida, decidiu seguir um coelho branco. Essa menina é Alice Liddell.

A experiência imersiva

Quando vi a apresentação deste experiência fiquei curiosa e algo confusa. Sou fã confessa da história de “Alice no País das Maravilhas”, mas não entendi bem o conceito que era apresentado. Tinha de ir ver com os meus próprios olhos. Quando sai, percebi que chamar a este espetáculo “peça” não é suficiente. Pois é mais do que isso.

Podemos dividir esta experiência em duas partes. A primeira sobre o que aconteceu a Alice Liddell após a publicação e sucesso do livro de Lewis Carroll, e a segunda sobre o antes. A troca temporal agora pode ser confusa, mas faz sentido para a construção desta narrativa. 

Na primeira parte apenas entram, no máximo, duas pessoas de cada vez em espaços intervalados por cinco minutos. É o Chapeleiro Louco que faz as introduções e explica as regras. Diz-me para seguir um caminho branco, numa alusão ao coelho que Alice seguiu para o País das Maravilhas. Mas avisa que não é a fantasia que vou encontrar, que aquele caminho vai ser duro e penoso. Avisa-me para parar em certas estações, de onde receberei ordens para continuar a avançar. Assim faço. Começo o percurso.

O ambiente que rodeia transmite logo a sensação de desconforto e frieza. Sou recebida pela primeira atriz, que marca o tom para o restante percurso. Aqui, sou convidada a interagir, a entrar na pele de uma personagem. A cada estação em que paro, sou interpelada pelos atores que fazem parte desta experiência. É um percurso com momentos mais pesados do que outros, mas em que cada passo, ainda que dado dentro de um hospício, remete para uma situação da história que encantou gerações. Curioso como estes dois mundos se cruzam. Esta fase é mais intimista e talvez peque apenas por não durar mais tempo ou ter mais estações. 

A segunda parte da experiência remete para Oxford. Aqui, encontro um grande cenário pelo qual sou convidada a andar enquanto acompanho os atores que encenam as origens do livro. É um momento quase hipnotizante. Este grupo de profissionais representa e a salta pelo cenário ao mesmo tempo que, em certos momentos, se dirige ao público. Isto sempre sem sair de personagem e transmitindo na perfeição as diferentes emoções do momento. Uma atuação que é feita em loop, sem parar, de forma a que todos os que vão chegando consigam ficar a par de toda a história. 

Apenas tive pena que, no final, não tivesse tido a oportunidade de aplaudir todos os profissionais envolvidos nesta experiência. É sem dúvida uma produção que merece reconhecimento. Pelo trabalho, dedicação, originalidade, cenários, textos, profissionais e pela forma como se adaptou aos tempos de pandemia. Que bom é ver algo assim no nosso país!

As regras de segurança

Perante a atual pandemia, surge a curiosidade sobre como estão a ser cumpridas as normas de segurança nesta experiência tão diferente. Felizmente, a produtora P35 respondeu bem a este desafio. As entradas no espaço são feitas de cinco a cinco minutos, sendo que no máximo entram duas pessoas de cada vez. Isto cria distanciamento. O uso de máscara de proteção individual é obrigatório em todos os espaços, sendo que os atores que criam maior proximidade connosco também a usam. Logo ao início é pedido que seja feita a desinfeção das mãos, gesto que se irá repetir ao longo da experiência, graças aos muitos dispensadores existentes no local. Em momento algum me senti desconfortável ou que  algo não estava a ser cumprido corretamente. 

Os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais. 

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