Nos anos mais recentes, os viajantes têm demonstrado grande vontade de descobrir novos destinos em todo o mundo. No entanto, desde março de 2020 a pandemia de COVID-19 obrigou-nos a adaptarmo-nos a uma situação sem precedentes e cujos efeitos ainda estamos a sentir.
Devido às restrições de movimentos, os viajantes precisaram de aprender a viajar de forma diferente – e assim surgiu um novo paradigma de viagens, em que se mantêm o desejo e a vontade de conhecer o mundo, mas respeitando as regulamentações de saúde e segurança. A eDreams ODIGEO, a maior companhia de viagens online da Europa, publicou o seu estudo anual “A Year in Travel by eDreams ODIGEO”, no qual proporciona uma visão geral do ano que passou e deixa algumas previsões para 2021.
Viajar antes da pandemia e do confinamento
Entre janeiro e março de 2020, os portugueses viajavam maioritariamente para o estrangeiro: os destinos mais procurados eram grandes cidades europeias como Paris, Londres, Barcelona, Madrid e Amesterdão. No início do ano, as estadias com duração de 3-4 dias eram as prediletas (46%), seguindo-se as “escapadinhas” curtas de apenas 2 dias (21%).
Para os viajantes do continente europeu, a cidade com mais procura nos primeiros meses do ano era Londres. Lisboa e Porto estavam também no Top 10 de destinos favoritos, em sexto e décimo lugar, respetivamente. Os europeus davam ainda primazia às estadias com duração de 3-4 dias (35%) e gastavam, em média, 215€ por pessoa em seus bilhetes de avião.
As mudanças trazidas pela pandemia
Com a chegada do surto de COVID-19, os hábitos e as opções foram completamente alterados – as restrições de movimento eram diferentes em cada país, a abertura das fronteiras não acontecia ao mesmo tempo em todos os locais e a situação mudava constantemente.
Entre abril e junho, os destinos mais pesquisados pelos portugueses nas ferramentas da eDreams ODIGEO eram Paris, São Paulo e Londres. No entanto, os locais para onde acabaram por viajar mais no verão não correspondem inteiramente às suas pesquisas do confinamento – entre junho e setembro, os destinos de viagem mais populares para os portugueses foram Paris, Ponta Delgada e Funchal. Notou-se também uma clara predileção por cidades com grande tradição de emigração portuguesa, como Genebra, Luxemburgo, Londres ou Zurique: todos estavam ansiosos por rever familiares e amigos após tantas semanas.
No que toca à duração das viagens, aquelas com duração entre 7-13 dias passaram a ser as mais escolhidas (30%), mas ainda seguidas de perto pelas de 3-4 dias (30%); a nível europeu, esta tendência verificou-se da mesma forma. O destino mais procurado – tanto em termos de pesquisas como de viagens efetuadas – foi Palma de Maiorca, em Espanha.
Quando a Pfizer anunciou a sua vacina contra o COVID-19, a 9 de novembro, a eDreams ODIGEO analisou o efeito nas tendências de pesquisa – nesse mesmo dia as pesquisas dos portugueses sobre viagens aumentaram 13% em relação ao dia anterior, e na semana entre 9 e 15 de novembro aumentaram 6% em relação ao dia anterior.