O Doutor Finanças recomenda que se aproveite o momento atual para rever as condições associadas ao crédito habitação, porque as poupanças podem ser consideráveis.
“O crédito habitação e as despesas que estão associadas a este contrato representam uma fatia significativa do orçamento das famílias. Contudo, as condições que conseguimos quando comprámos a casa não têm de ser eternas. Por isso, devemos rever as condições do nosso crédito com alguma periodicidade. O melhor é analisar o que está a ser oferecido no mercado, dos spreads aos seguros, e não esperarmos por estarmos numa situação de maiores dificuldades”, comenta Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
Desta forma, a empresa especializada em finanças pessoais e familiares partilha seis dicas sobre como reduzir os encargos com o crédito habutação:
Quanto pagamos? E o que pagamos?
Para poder reduzir os encargos que temos, precisamos de saber exatamente quanto gastamos por mês. Devemos fazer o levantamento de tudo, desde condições do crédito até aos produtos associados. Para começar, devemos responder às seguintes questões: Quanto pagamos de prestação da casa?; Qual o spread associado?; E a TAEG?; Temos o crédito indexado a uma taxa fixa ou variável?; Quanto tempo falta para terminar o contrato?; Que seguros temos e quanto pagamos?; O que pagamos de comissões?
Após a resposta a estas questões, temos de pesquisar e perceber o que está a ser praticado no mercado. Se atualmente temos um spread de 1,5%, existem bancos a oferecer um spread mínimo inferior a 1%. A partir deste ponto, já teremos as ferramentas necessárias para tentar melhorar as condições do nosso crédito.
Negociar condições com o banco
Uma das primeiras coisas que podemos fazer é entrar em contacto com o nosso banco, questionando qual é a abertura para reverem as condições do nosso crédito. Uma vez que já temos a noção do que está a ser praticado no mercado, temos as ferramentas necessárias para poder questionar todas as condições oferecidas pelo nosso banco.
Pedir outras propostas
Após ouvirmos o nosso banco, devemos pedir propostas a outras entidades financeiras. Neste domínio, o Doutor Finanças pode ajudar, uma vez que sendo um intermediário financeiro tem um poder negocial e um conhecimento superiores ao de um particular, não cobrando aos clientes por este serviço.
Transferir o crédito para outro banco
No caso de outro banco oferecer condições melhores do que as oferecidas pelo nosso, podemos transferir o crédito para outra instituição. Esta decisão permite rever todas as condições. Além de podermos conseguir um spread mais baixo do que o atual, podemos optar por outro indexante no nosso crédito e repensar se é preferível uma taxa variável (Euribor), uma taxa fixa ou uma mista (primeiros anos taxa fixa e depois variável). O momento que vivemos está a ser marcado por juros atrativos, pelo que é uma boa altura para tentar tirar proveito das taxas de juro baixas.
De realçar que, se optarmos por transferir o crédito, há uma outra “prestação” que vamos deixar de pagar: a comissão pelo processamento da prestação, que deixou de ser cobrada nos contratos celebrados a partir de 2021.
Rever os seguros associados ao crédito
Podemos fazê-lo de diferentes formas:
a) Se a nossa decisão é negociar apenas com o nosso banco, quando estivermos a negociar as condições gerais, devemos colocar os seguros como despesa também a rever;
b) Se as nossas condições de crédito são já muito atrativas, podemos questionar o nosso banco sobre a revisão apenas dos seguros;
c) Ao transferir o nosso crédito para outra instituição, devemos avaliar o que será mais vantajoso: subscrever os seguros com o banco que vai financiar o crédito ou subscrever através de outra entidade.
Reduzir ou alargar o prazo do crédito
As necessidades ou os desejos de poupança, diferem de pessoa para pessoa. No caso do crédito, poupar significa pagar o mais depressa possível. Mas, no dia a dia, muitas pessoas precisam de poupar no imediato e, aqui, a solução poderá ser outra.
Para quem tem folga orçamental, a recomendação é que reduza o prazo do seu crédito. Diminuir o número de meses a pagar vai implicar uma poupança real no final do contrato. Para quem a necessidade é reduzir o encargo imediato, a solução pode passar pelo aumento do prazo de financiamento. Neste caso, pagará menos agora, mas mais ao longo do contrato.
Mesmo que a poupança seja de 10 euros mensais, devemos pensar que no final de 12 meses já estamos a falar de 120 euros. Soluções para reduzir os encargos com o crédito habitação não faltam. O essencial é que decidamos fazê-lo e não esperar por melhores dias, nem por estarmos numa situação desesperante. O segredo é a antecipação.