Formada em Psicologia, mas desde sempre apaixonada por moda, Vera Fernandes foi criada com a avó materna que era “uma modista de mão cheia” e a deixava brincar com os tecidos e criar diferentes personagens ao espelho. Uma paixão que na idade adulta a impulsionou a criar a Buzina, uma marca que é criada à sua semelhança para outras mulheres que, como ela, gostam de ser elas próprias. Todas as peças da Buzina têm tamanho único e podem ser adaptadas a diferentes estilos e corpos, bastando uma dose de criatividade. A ACTIVA conversou com Vera Fernandes sobre uma moda que não se veste, sente-se.

Todas as peças da Buzina têm tamanho único e podem ser adaptadas a diferentes estilos e corpos, bastando uma dose de criatividade.

Quando criou a Buzina pensou em que mulheres?

Em mulheres que são inteligentes e percebem de moda. Porque é preciso coragem para sair com alguns outfits da Buzina. É uma mulher tão segura, tão segura que não precisa da roupa para sobressair. A roupa sobressai, mas é preciso ter a ousadia para a vestir.

Escolher o nome “Buzina” significou uma chamada de atenção para algo?

Quando decidi criar a marca Buzina determinei que queria entrar no mercado da moda para marcar a diferença, para fazer muito ruído, tal como uma buzina. 

Como é que gosta que as mulheres se sintam ao vestir a roupa que cria?

Eu trabalho mulheres, visto mulheres, acredito na liberdade das mulheres. Não sou extremista, não ando com nenhuma bandeira, mas gostava que fosse verdade que contribuí para que, de certa forma, as mulheres se sentissem mais seguras. Gostava muito que elas percebessem que podem. Se quiserem, que podem.

“A única tendência que não sai de moda é sabermos quem somos.”

Todas as peças têm tamanho único e podem ser adaptadas a diferentes estilos e corpos. Porquê?

Eu acho que sou uma espécie de Alta-Costura comercial. A ideia quando estou a criar é que a pessoa que vista a peça consiga ser ainda mais surpreendente do que eu quando a imaginei. É perceber as diferentes maneiras e ocasiões em que as clientes usam peças Buzina, nas mais diversas formas, e isso é muito aliciante para mim e para o meu processo criativo. A Buzina tem peças dramáticas, fortes, e é impossível ficar indiferente quando alguém as veste. Só o facto de se causar uma impressão já é muito bom, ter uma pessoa por trás que a veste é ainda mais importante. Não sou eu que visto as pessoas, são elas que vestem as peças Buzina.

De onde lhe vem a inspiração?

Gosto de fazer algumas pesquisas de imagens e história mas sem ser em demasiado, pois acredito que quanto mais ‘limpa’ a mente estiver sobre o tema mais consigo desenvolver peças únicas e diferenciadas. Fico a ‘mastigar’ algum tempo a coleção na minha cabeça, entre ideias que circulam a minha vida e o que me rodeia e inspirações concretas (como os próprios tecidos) e depois os esboços acabam por surgir quase todos ao mesmo tempo. Eu vejo, gosto, idealizo. Por isso é que acredito que amarca tem o meu ADN, tem o meu cunho. Não é uma marca estática. É uma marca baseada em várias personagens e várias inspirações. 

A sustentabilidade é uma das bandeiras da marca. Como a mantém?

De forma verdadeiramente natural. A Buzina não tem apenas atenção ao uso de energia. Tudo o que produz é num raio de 11 km, desde a confeção ao fornecedor de tecido. A política de sustentabilidade também é alargada aos tecidos e, para fazer frente ao desperdício e maximizar recursos existentes, a marca recupera matéria-prima de fábricas parceiras para produzir as suas coleções (o que não só permite rentabilizar matéria-prima parada, como oferecer exclusividade na produção de peças). Tudo é olhado ao pormenor: cada peça é acondicionada numa caixa de cartão – caixa essa que pode chegar a fazer até três viagens, entre devoluções e novo envio. Quanto à sustentabilidade social, a Buzina permanece não industrializada: cada costureira é responsável pela peça do início ao fim, humanizando-as e aproximando-as do processo de produção. A equipa – desde costura a escritório – é constituída por mulheres de todas as idades, dos 20 aos 70 anos.

Quais são os valores da sua marca de que nunca abdica?

Autenticidade, as minhas vontades e não nos levar demasiado a sério.

“Tenho uma lista interminável de mulheres que admiro, não só pelo que vestem mas por representarem mini revoluções de moda e estilo de vida.”

As tendências vão sair de moda?

A única tendência que não sai de moda é sabermos quem somos. Se nos auscultarmos regularmente e formos honestos connosco, o nosso estilo será intemporal e tudo o que pusermos sobre o corpo tornar-se-á cool porque exala atitude.

Que critérios devemos ter em conta quando escolhemos uma peça de roupa nova?

A ideia é comprar com consciência, pensando em tudo o que já temos e de que forma esta nova aquisição se vai comportar no nosso armário, mas se uma peça de roupa não nos der um sorriso no rosto não vale a pena o investimento.

Qual é a peça de roupa mais versátil que tem no seu armário?

Sou bastante ‘básica’ a vestir, tenho uma espécie de roupeiro-uniforme que me permite ir rodando as peças e todas funcionam entre si. Não sei se são os mais versáteis, mas uns Converse pretos estão comigo desde sempre.

“A Buzina tem peças dramáticas, fortes, e é impossível ficar indiferente quando alguém as veste.”

De todas as peças de roupa e acessórios de moda que possui qual é que guarda com maior carinho na esperança de um dia a sua filha lhe pedir emprestado?

Uma gargantilha de ouro que era da minha mãe.

Que cuidados devemos ter para que as nossas peças de roupa tenham uma vida mais longa?

Ler as etiquetas dos materiais e respeitar as instruções de lavagem. De resto, viver a vida ao máximo e vestir as peças para se divertirem.

Quando descobre uma mulher a usar uma peça de roupa da sua autoria o que é que sente?

Há momentos em que continuo sem acreditar, mas o sentimento geral é de felicidade. Até ao momento em que são vestidas as minhas peças é como se estivessem inanimadas. É quando a mulher que as comprou as veste à sua maneira, as mistura com as suas outras peças e lhe dá vida, que a Buzina verdadeiramente nasce. É o meu legado.

Diga-nos três mulheres que a inspirem pelo seu estilo?

Tenho uma lista interminável de mulheres que admiro, não só pelo que vestem mas por representarem mini revoluções de moda e estilo de vida. Das últimas que estudei e utilizei como referência para as minhas coleções: Lady Di, Marilyn Monroe e qualquer uma das minhas clientes.

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