Isabel Silva vive uma nova fase na vida profissional. A apresentadora com uma personalidade alegre, de sorriso fácil e com uma voz e sotaque do Norte inconfundíveis cresceu perante os nossos olhos e, agora, afirma-se cada vez mais como empresária.

Depois de se estrear nos negócios com o lançamento de um estúdio de fitness, em maio de 2019, a apresentadora volta à carga, desta vez com uma revista digital. Contudo, ao contrário daquilo que se possa pensar, este lado empreendedor não surgiu graças aos muitos anos de experiência em televisão. Sempre esteve presente. Aliás, Belinha, como é carinhosamente conhecida entre os fãs, confessa-nos que é um traço de personalidade que herdou do pai.

“Somos parecidos nisso: estamos sempre a ter ideias. Eu até tenho um bloco de notas e uma caneta na minha mesinha de cabeceira”, revela. “No meu caso, penso em criar modelos de negócios que sejam rentáveis, estimulem o lado bom das pessoas, criem postos de trabalho e tenham um propósito muito alinhado com aquilo que eu defendo. É por isso que eu aposto em projetos ligados à área da saúde, do bem-estar e da alimentação natural”, acrescenta.

Em conversa com a ACTIVA, Isabel Silva fala sobre a carreira, os novos projetos e aquilo que a motiva a fazer sempre mais e melhor.

Tens noção de que Isabel Silva não é só o teu nome, mas também já é uma marca?
Só há pouco tempo é que me apercebi disso. Eu sempre tive uma veia de empreendedora e penso que sou boa a comunicar e a produzir conteúdos, mas também sou a primeira a reconhecer que o sucesso não depende só disso. Depende também de um bom gestor, ou seja, de uma pessoa que saiba implementar um negócio de um ponto de vista logístico e de gestão financeira. E é por isso que eu gosto de trabalhar em parceria com bons sócios, que tenham determinadas características que eu não tenho e que são fundamentais para que um projeto possa avançar. Eu gosto de voar, mas com pessoas ao meu lado que me digam até onde é que eu posso ir.

Depois de tanto tempo a ser (re)conhecida apenas como apresentadora de televisão, já te parece uma coisa natural quando se referem a ti como empresária?
Sim! Eu amo trabalhar em televisão e quero continuar a fazê-lo sempre, enquanto me deixarem. No entanto, o meu verdadeiro propósito é produzir conteúdos e comunicá-los. Isto passa pela televisão, mas também se estende a outras plataformas, sendo que a comunicação é um termo muito abrangente. Há várias formas de comunicar e criar um negócio, certamente, é uma delas. 

“Sou muito apologista dos ‘baby steps’. Se formos devagarinho e começarmos por baixo, conseguimos controlar melhor as coisas e vamos percebendo como é que funciona o negócio no seu todo”.

Isabel Silva no dia da inauguração do seu estúdio de fitness

A tua primeira aventura foi num mundo que conheces bem, o do fitness. O que é que essa experiência te trouxe?
No espaço de um ano, o que eu já aprendi do ponto de vista operacional e de recursos humanos! Nem imaginam a quantidade de desafios que já apareceram! Dou graças a Deus por ter um estúdio pequeno. Eu gosto de controlar tudo, e isso está diretamente ligado com a experiência. Às vezes não dou passos maiores exatamente porque quero ganhar um ‘know-how’ suficiente até poder avançar. Na minha opinião, o grande empreendedor é aquele que consegue ter uma ideia genial e aplicá-la, sublinhe-se, de acordo com as circunstâncias que vivemos.

Qual é a melhor parte de estares à frente de um negócio?
Acima de tudo, o facto de poder contar comigo. Eu nunca gostei de ter alguém a mandar em mim. Sim, gosto de trabalhar em equipa e tenho muito esse espírito, mas, acima de tudo, gosto de saber que sou eu que traço o meu percurso. E isso tem tanto de bom quanto de desgastante, porque acarreta uma responsabilidade muito grande. É por isso que eu tenho de ter sempre a minha intuição apurada, e consigo isso ao privilegiar aquilo de que tanto falo: o desporto, a alimentação, a auto-reflexão e a sustentabilidade. Tudo isto é um ciclo.

“Os meus pais ensinaram-me a nunca dar um passo maior do que a perna. Até podia fazê-lo… mas para quê? E à custa do quê?”

Enquanto mulher, enfrentaste desafios específicos nesta vertente da tua carreira?
Tenho a sorte de poder dizer que nunca senti isso em nenhum dos meus projetos. Não posso falar de outras situações, mas, da minha perspetiva, o mais importante é transmitirmos segurança, amor, paixão e que sabemos o que estamos a fazer. As pessoas que trabalham comigo confiam em mim e no meu instinto, e sabem que, sobretudo, eu sou uma mulher trabalhadora e que respeita muito os outros. Portanto, essa consideração é recíproca. 

Entretanto, lançaste uma revista digital. O que distingue a Isabel blogger da Isabel diretora-geral?
Eu sou a mesma, mas mais crescida e madura. As pessoas vão continuar a encontrar artigos com alma, como acontecia no meu blogue – aliás, eu vou continuar a escrever muitos artigos na primeira pessoa baseados nas minhas experiências. Mas há mais: as perspetivas de especialistas nas mais diversas áreas, para dar uma maior credibilidade e rigor aos artigos, e de membros da minha equipa em quem eu confio plenamente. A grande diferença é que eu deixo de ser a protagonista para dar protagonismo às áreas que eu valorizo. Este projeto não é só meu; é nosso.

Quando lanças algo, sentes um peso acrescido por seres uma figura pública?
Eu não sinto essa pressão, porque confio em mim, na minha equipa e na verdade daquilo que escrevemos. Obviamente que, pelo facto de ser uma figura pública, sei que aquilo que eu digo tem um impacto na minha comunidade e isso faz-me não querer falhar. Mas, sobretudo, antes de sentir essa responsabilidade para com os outros, sinto para comigo. Eu sou uma perfecionista e gosto de sentir que aquilo que eu estou a fazer está bem feito.

Como é ser empresária em tempos de pandemia?
Estaria a mentir se dissesse que esta situação não foi um desafio para o meu estúdio de fitness. No entanto, eu nunca vejo os problemas; tento sempre analisar as situações, encontrar soluções e agir nesse sentido. Nem sempre é um processo simples, contudo, superar as coisas tornar-se muito mais fácil quando o objetivo final não é única e exclusivamente ganhar dinheiro, mas sim fazer algo de que gostamos e que vai ter um impacto positivo na vida das pessoas.

“A coerência e a consistência dão trabalho. Mas sigo alinhada com a minha intuição, porque ela nunca me engana”.

Quantas horas é que o dia precisava de ter para acomodar a rotina de Isabel Silva?
Às vezes digo que adorava que o dia tivesse 60 horas! Mas a verdade é esta: não tem e ainda bem, porque isso obriga-me a definir regras. Antes, eu punha tudo na ‘gaveta do urgente’. Agora, tento distribuir os meus afazeres (também) pelas ‘gavetas’ do importante e do prioritário. Se o que é verdadeiramente urgente já estiver feito, não tenho de ficar ansiosa com isso. Quanto ao resto, se eu conseguir fazer, ótimo. Se não, o mundo não vai acabar por causa disso. O desgaste não vale a pena porque tudo se faz.

Que conselho darias a uma mulher que aspira vir a ter o seu próprio negócio?
Em primeiro lugar, estar totalmente alinhada com aquilo que gosta de fazer e não com a ideia daquilo que vai dar dinheiro. Eu sei que ter lucros é importante, mas não há nada como trabalhar em algo de que gostamos – não custa nada ser exigente e perfecionista, porque só dá prazer. Depois, definir bem quem é o público alvo e montar um plano de negócios, bem como garantir que tem tudo à sua volta para correr um risco calculado.

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