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A designer britânica Mary Quant, conhecida como a mãe da minissaia, morreu aos 93 anos. Partiu pacificamente na sua casa em Surrey, no sul de Londres, na manhã de 13 de abril, confirma a família. “Foi uma das criadoras de moda mais reconhecidas do século 20 e uma inovadora extraordinária”, diz o comunicado enviado à agência noticiosa PA.
Se Quant inventou ou não a minissaia é um debate antigo – há quem atribua o feito ao estilista francês André Courrèges. Certo é que a transformou num fenómeno mundial, quebrando códigos sociais no processo. Aliás, a peça tornou-se num marco definidor dos Swinging Sixties, movimento da efervescência cultural da juventude londrina dos anos 1960.
A mulher por detrás de uma das primeiras supermarcas globais moldou uma nova era na moda que colocou a juventude no centro das atenções pela primeira vez. As suas roupas inspiravam-se em subculturas e, embora não fossem baratas, eram mais acessíveis do que as criações de alta-costura da época.
“Para as mulheres que cresceram a usá-las, as criações de Quant representavam liberdade, empoderamento e a rejeição dos padrões estéticos dos pais”, escreve a jornalista da CNN Samantha Tapfumaneyi.
Cyril Maitland/Mirrorpix/Getty Images Cyril Maitland/Mirrorpix/Getty Images
A influência da designer foi muito além da minissaia. Também ajudou a celebrizar outras tendências inovadoras como, por exemplo, o seu corte bob de assinatura; a estética Chelsea girl coquete; os colarinhos estilo Peter Pan; os collants coloridos; a utilização de PVC nos agasalhos (algo que, anteriormente, só era usado pelos pescadores); as malhas masculinas reaproveitadas como vestidos de malha para mulheres; e os vestidos com bolsos.
Em 2014, Quant recebeu de Isabel II o prestigiado título de Dama Comandante da Ordem do Império Britânico, pelos serviços prestados à moda do país que a viu nascer. “Estou encantada por ter recebido esta grande honra”, disse Mary na altura. “É extremamente gratificante que o meu trabalho na indústria da moda tenha sido reconhecido de forma tão significativa”.
Na hora da despedida, fazemos das palavras do Museu Alberto e Vitória, em Londres, onde Mary Quant desempenhou funções no Conselho Consultivo entre 1976 e 1978, nossas: “É impossível exagerar a contribuição de Quant para a moda. Ela representou a alegre liberdade da moda dos anos 1960 e forneceu um novo modelo para as mulheres jovens. A moda, hoje, deve muito à sua visão pioneira”.