
Todos sabemos que a vitamina D é essencial para ter ossos, dentes e músculos saudáveis, entre outros benefícios. Contudo, quem segue uma dieta vegan rigorosa, evita e exposição ao sol ou tem pele escura, pode sofrer de deficiência desta hormona – algo que, de acordo com os especialistas, é mais comum do que pensamos.
Na verdade, um estudo recente descobriu uma correlação entre a carência de vitamina D e um maior risco de COVID-19. Para este trabalho, publicado na revista científica “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism“, os investigadores analisaram 216 pacientes num hospital em Espanha e compararam-nos a controlos de outro conjunto de dados. De todos os doentes, 82,2% tinha falta de vitamina D. Para além disso, os cientistas perceberam que os homens tinham níveis de vitamina D muito mais baixos desta substância lipossolúvel do que as mulheres.
O problema da vitamina D é que o corpo não consegue criá-la sozinho: a principal fonte vem da luz solar direta sobre a pele. E tendo em conta que a maioria de nós não está a ter tanta exposição ao sol quanto precisa, muitos estão a esgotar as suas reservas, especialmente com as recomendações de isolamento social e confinamento (tão importantes na proteção contra o contágio pelo novo coronavírus).
No Reino Unido, por exemplo, o Public Health England, uma agência executiva do Departamento de Saúde e Cuidados Sociais do país, divulgou novas diretrizes, apelando a que os cidadãos façam uma suplementação diária com vitamina D durante o “lockdown”. Assim sendo, toda a gente é aconselhada a tomar 10 microgramas (μg) – e não apenas aqueles com risco de inadequação -, incluindo crianças, mulheres grávidas ou que estejam a amamentar, e idosos.
Porque é que a vitamina D é tão importante para a saúde?
A vitamina D é, também, uma hormona e desempenha papéis importantes em manter o sistema imunitário saudável e proteger-nos contra doenças. Além disso, aumenta a absorção de cálcio e é crucial para manter os ossos saudáveis.
A deficiência de vitamina D já foi associada a infeções, doenças cardiovasculares e doenças autoimunes e inflamatórias, incluindo a esclerose múltipla. Após o aumento de ensaios clínicos e investigações científicas sobre o coronavírus, a vitamina D demonstrou ajudar na luta contra infeções respiratórias, apoiar o sistema imunitário e até mesmo tratar sintomas leves da COVID-19.
Qual é a dose recomendada?
Segundo o estudo “Prevalence of Vitamin D deficiency and its predictors in the Portuguese population: a nationwide population-based study”, mais de 2/3 da população portuguesa apresenta níveis insuficientes de vitamina D.
“As doses recomendadas existentes relativamente à toma de vitamina D não estão ajustadas à população portuguesa, sendo orientações internacionais, que não estão ajustadas ao peso e são controversas. Durante a fase de COVID-19, tem sido recomendada a dose diária de 20 microgramas”, explica o site da rede de unidades de saúde CUF.
Quais são as principais fontes de vitamina D?
Embora seja a exposição solar a principal fonte de vitamina D, também é possível obtê-la através da ingestão de alguns alimentos, tais como peixes gordos (como salmão, sardinhas, arenque e cavala), carne vermelha, fígado de vaca, gema de ovo, alimentos fortificados, como leite, queijo e cogumelos.
Devo tomar suplementos?
A suplementação com vitamina D é uma estratégia segura e económica para prevenir a carência deste nutriente. O site da CUF sublinha que a sua margem de segurança é muito grande, uma vez que seria necessária a toma de uma dose muito acima da recomendada para que ocorressem riscos para a saúde. Assim sendo, o suplemento alimentar poderá estar recomendado para pessoas que passam pouco tempo no exterior, vivem em instituições, como os lares, vestem roupa que tapa o corpo todo quando se encontram no exterior, têm pele escura e têm excesso de peso ou obesidade.
Contudo, antes de começar a tomar este suplemento alimentar deve sempre informar-se junto de um profissional de saúde.