Foto: Luca Zordan/UNFPA

Apesar de ser considerada uma violação dos direitos humanos, a mutilação genital feminina continua a ser uma dura realidade para demasiadas mulheres em todo o mundo, daí as Nações Unidas terem implementado o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, que se assinala hoje, dia seis de fevereiro.

A mutilação genital feminina é maioritariamente exercida em raparigas entre a infância e os 15 anos. A tradição que está na base desta prática machista, baseia-se numa mistura de razões culturais e sociais, como pressão social e convenção, crenças religiosas e ideias de beleza e pureza. Na verdade, o principal objetivo é retirar qualquer prazer à mulher, como já sublinhou o etnocientista francês Jacques Tourneau, que acredita que a mutilação genital feminina é uma castração simbólica para dominar as mulheres e uma forma de lhes retirar o seu desejo sexual.

Estima-se que 200 milhões de raparigas e de mulheres já sofreram mutilação genital e que, até 2030, cerca de 68 milhões de raparigas continuam em risco de passar por esta prática. Uma prática feita a sangue frio e sem qualquer tipo de higiene, como testemunhou Bishara Sheikh Hamo, da comunidade Borana, no Quénia, numa entrevista à BBC. “A minha avó disse-me que era uma exigência para todas as meninas, que nos tornaria puras. Eu estava vendada. Eles ataram as minhas mãos para trás, abriram as minhas pernas e prenderam os meus lábios vaginais. Depois de alguns minutos, comecei a sentir uma dor aguda. Gritei, mas ninguém me ouvia. Tentei soltar-me, mas o meu corpo estava preso. É um dos tipos de procedimentos médicos mais severos, e não há higiene. Eles usam o mesmo instrumento cortante em todas as raparigas. O único analgésico disponível era feito a partir de uma planta. Há um buraco no chão e uma planta nesse buraco. Eles amarraram as minhas pernas como um cabrito e esfregaram a planta em mim. E depois esfregaram na próxima rapariga, e na seguinte, e na seguinte…”, lembrou a agora ativista contra a mutilação.

Muitas raparigas acabam por morrer devido a complicações após a mutilação. Quem sobrevive, tem que lidar com várias consequências, como dificuldades em urinar; quistos, infeções e infertilidade; diminuição do prazer sexual; problemas psicológicos; complicações durante o parto e maior risco de morte de recém-nascidos.

Em Portugal, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021, foram registados 433 casos de mutilação genital feminina.

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